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Com reforço ao BNDES, dívida pública cresce R$ 26 bi
Emissão de papéis do Tesouro visa compor reserva de R$ 100 bi contra a crise
Participação de investidores externos entre compradores da dívida federal cresce para 6,09% em junho, abaixo
do pico de agosto, de 7%
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A emissão de R$ 26 bilhões
em títulos do governo federal
para o caixa do BNDES fez com
que a dívida pública alcançasse
R$ 1,434 trilhão em junho. Os
papéis emitidos pelo Tesouro
Nacional fazem parte da promessa do governo de colocar
R$ 100 bilhões à disposição do
setor privado para amortecer o
impacto da crise sobre o crédito
disponível às empresas.
Além de aumentar o capital
do BNDES, o governo também
emitiu outros R$ 9 bilhões em
papéis que foram vendidos diretamente ao mercado financeiro. A conta de juros em junho foi de R$ 11,52 bilhões.
Juntos, esses três efeitos explicam a elevação de 3,3% no endividamento federal em junho,
quando comprado a maio.
Até o fim do ano, o Tesouro
emitirá mais R$ 61 bilhões para
o BNDES, o que deve causar
novas elevações na dívida. Em
maio, o banco já havia recebido
R$ 13 bilhões do governo federal, que foram imediatamente
transformados em dinheiro.
Na emissão feita em junho, o
banco recebeu títulos que serão
vendidos aos poucos ao mercado financeiro, em momentos
em que o BNDES precisar de
recursos em caixa. Além disso,
parte dos títulos emitidos, cerca de R$ 9 bilhões, não foram
direcionados a novos empréstimos. O banco teve que repassar
recursos à Caixa Econômica
Federal e ao Banco do Brasil
para financiar programas.
A tendência de aumento da
participação de investidores
estrangeiros entre os compradores da dívida brasileira se
manteve em junho. No mês
passado, 6,09% do endividamento total estava nas mãos,
principalmente, de fundos de
pensão e seguradoras internacionais que procuram aplicações de mais longo prazo.
Esse percentual ainda está
abaixo do pico atingido em
agosto do ano passado, quando
os investidores internacionais
detinham 7% da dívida do Tesouro Nacional. Com a piora na
crise financeira, em setembro
do ano passado, a participação
estrangeira caiu para próximo
de 5,5%. "Nos últimos três meses observamos uma recuperação lenta", disse o coordenador
de Operação da Dívida Pública,
Fernando Garrido.
Os juros pagos pelo governo
na venda de seus títulos também caíram no mês passado,
refletindo a redução nas taxas
do BC (Banco Central). Em dezembro do ano passado, o custo
médio da dívida federal negociada no mercado interno era
de 13,56% ao ano. Já nos doze
meses terminados em junho,
esse percentual havia se reduzido para 12,63% ao ano.
A emissão de títulos para o
BNDES também fez com que o
Tesouro chegasse bastante perto do teto de emissões de papéis
com juros definidos no momento dos leilões, os chamados
prefixados. O objetivo do governo é que esses títulos não
respondam por mais que 31%
da dívida total no fim do ano. O
percentual em junho, segundo
o Tesouro, era de 30%
Segundo Fernando Garrido,
o teto não será ultrapassado até
o final do ano porque há um valor elevado de vencimentos
desses títulos, o que abre espaço para novas vendas. Segundo
ele, o Tesouro continuará vendendo os títulos prefixados,
procurados pelo mercado em
momentos de queda dos juros.
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