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MERCADO DE TRABALHO
Taxa foi de 7,82%, a maior em seis meses desde que o IBGE começou a pesquisa, em 1983
Desemprego é recorde no 1º semestre
RONALDO SOARES
da Sucursal do Rio
A taxa de desemprego em junho
calculada pelo IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística) foi de 7,84%, índice superior
ao de maio (7,7%).
Com isso, o índice semestral de
desemprego relativo ao período
de janeiro a junho foi o maior da
série histórica: 7,82%, superando
os 7,81% do mesmo período no
ano passado, até então a taxa mais
alta desde que a PME (Pesquisa
Mensal de Emprego) foi criada,
em 83.
A PME é feita na região metropolitana de seis capitais: São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Belo
Horizonte, Porto Alegre e Salvador.
O crescimento do desemprego
anunciado ontem pelo IBGE contraria a tendência apontada em
pesquisa divulgada na quinta-feira pela Fundação Seade (Sistema
Estadual de Análise de Dados) e
pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos
Socioeconômicos).
De acordo com o IBGE, em São
Paulo o nível de desemprego aumentou 0,38 ponto percentual entre maio e junho, enquanto a pesquisa Seade/Dieese registrou diminuição, no mesmo período, de
0,4 ponto percentual.
As metodologias de cálculo do
desemprego usadas pelo IBGE e
pela pesquisa da Fundação Seade
e pelo Dieese são diferentes.
A PME apontou aumento de
ocupação no país de 1,2% na variação mensal (de maio para junho) e de 0,8% na anual (de junho
de 98 para junho de 99).
Apesar desse aumento, o desemprego cresceu, segundo o IBGE, porque um contingente ainda
maior de pessoas começou a procurar trabalho, o que as torna tecnicamente desempregadas.
A taxa de pessoas que estavam
fora do mercado (desempregadas
e sem procurar emprego) caiu
1,3% em relação a maio.
Comparado a junho do ano
passado, houve crescimento de
4,8%.
Esse dado, na avaliação da consultora econômica do IBGE
Shyrlene Ramos de Souza, explica
o aumento do índice de desemprego em junho. "Houve crescimento no número de pessoas
procurando trabalho."
"A situação não é tão ruim, pois
houve resultados favoráveis importantes", disse a consultora, referindo-se ao aumento de ocupação e à queda do número de pessoas fora do mercado de trabalho.
"Isso é um pequeno sinal de melhora."
O IBGE acredita que, com a
queda da taxa de juros e a recuperação da atividade econômica,
aliadas ao tradicional aquecimento da economia no final do ano, os
índices de desemprego no segundo semestre devem baixar.
Shyrlene estima que a média do
ano deve ficar no mesmo patamar
da que foi registrada no ano passado (7,59%).
"A taxa de desemprego ainda
está alta, mas não tem crescido
conforme as expectativas do início do ano", afirmou.
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