São Paulo, Sábado, 24 de Julho de 1999
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MERCADO DE TRABALHO
Taxa foi de 7,82%, a maior em seis meses desde que o IBGE começou a pesquisa, em 1983
Desemprego é recorde no 1º semestre

RONALDO SOARES
da Sucursal do Rio

A taxa de desemprego em junho calculada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) foi de 7,84%, índice superior ao de maio (7,7%).
Com isso, o índice semestral de desemprego relativo ao período de janeiro a junho foi o maior da série histórica: 7,82%, superando os 7,81% do mesmo período no ano passado, até então a taxa mais alta desde que a PME (Pesquisa Mensal de Emprego) foi criada, em 83.
A PME é feita na região metropolitana de seis capitais: São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Belo Horizonte, Porto Alegre e Salvador.
O crescimento do desemprego anunciado ontem pelo IBGE contraria a tendência apontada em pesquisa divulgada na quinta-feira pela Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados) e pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
De acordo com o IBGE, em São Paulo o nível de desemprego aumentou 0,38 ponto percentual entre maio e junho, enquanto a pesquisa Seade/Dieese registrou diminuição, no mesmo período, de 0,4 ponto percentual.
As metodologias de cálculo do desemprego usadas pelo IBGE e pela pesquisa da Fundação Seade e pelo Dieese são diferentes.
A PME apontou aumento de ocupação no país de 1,2% na variação mensal (de maio para junho) e de 0,8% na anual (de junho de 98 para junho de 99).
Apesar desse aumento, o desemprego cresceu, segundo o IBGE, porque um contingente ainda maior de pessoas começou a procurar trabalho, o que as torna tecnicamente desempregadas.
A taxa de pessoas que estavam fora do mercado (desempregadas e sem procurar emprego) caiu 1,3% em relação a maio.
Comparado a junho do ano passado, houve crescimento de 4,8%.
Esse dado, na avaliação da consultora econômica do IBGE Shyrlene Ramos de Souza, explica o aumento do índice de desemprego em junho. "Houve crescimento no número de pessoas procurando trabalho."
"A situação não é tão ruim, pois houve resultados favoráveis importantes", disse a consultora, referindo-se ao aumento de ocupação e à queda do número de pessoas fora do mercado de trabalho. "Isso é um pequeno sinal de melhora."
O IBGE acredita que, com a queda da taxa de juros e a recuperação da atividade econômica, aliadas ao tradicional aquecimento da economia no final do ano, os índices de desemprego no segundo semestre devem baixar.
Shyrlene estima que a média do ano deve ficar no mesmo patamar da que foi registrada no ano passado (7,59%).
"A taxa de desemprego ainda está alta, mas não tem crescido conforme as expectativas do início do ano", afirmou.



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