São Paulo, terça-feira, 24 de agosto de 2004

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Ministro faz crítica indireta a Carlos Lessa

DO PAINEL S.A.

Durante almoço realizado ontem no Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial) com a presença de cerca de 30 empresários, o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, fez críticas à atitude de confronto que existe dentro do governo para a defesa de algumas teses, como a queda dos juros.
De acordo com o que a Folha apurou, Furlan afirmou com todas as letras que a TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo), que é usada como referência para os empréstimos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), já teria baixado se não tivesse havido confronto dentro do governo na defesa dessa idéia. Segundo Furlan, se o caminho tivesse sido a negociação, hoje a TJLP estaria mais baixa.
A afirmação de Furlan foi interpretada por muitos como uma crítica indireta ao presidente do BNDES, Carlos Lessa, já que foi ele o único integrante do governo a defender em público a queda da TJLP. Em nenhum momento, no entanto, Furlan citou o nome de Lessa ou do BNDES.
No almoço, Furlan também criticou o fato de o Brasil não estar demonstrando uma atitude de apoio à Alca (Área de Livre Comércio das Américas), apesar de ser co-presidente da organização, junto com os Estados Unidos.
A afirmação também foi considerada por alguns empresários com uma crítica indireta ao Ministério das Relações Exteriores. Também nesse caso, o Itamaraty e tampouco o nome do chanceler Celso Amorim foram citados por Furlan.

Outro lado
Procurado pela Folha, o ministro Furlan não quis se pronunciar. O presidente do Iedi, Ivoncy Ioschpe, enviou o seguinte e-mail para a Folha:
"A presidência do Iedi nega veementemente que o sr. ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, tenha feito críticas ou comentários negativos sobre qualquer órgão do governo federal.
O objetivo do encontro do ministro Luiz Furlan com os empresários foi o de discutir mecanismos que permitam ampliar a capacidade de produção da indústria brasileira".
(GUILHERME BARROS)


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