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ENERGIA
Anúncio de corte na produção da Rússia não afeta cotação do barril, que fecha cotado a US$ 46,05 em Nova York
Petróleo cede com exportações do Iraque
DA REDAÇÃO
O restabelecimento das exportações iraquianas permitiu uma
nova queda dos preços do petróleo ontem. Essa foi a primeira
queda consecutiva das cotações
em um mês. Nem a informação
de que a petrolífera russa Yukos
irá reduzir sua produção foi o bastante para pressionar os preços.
Na Bolsa Mercantil de Nova
York, os contratos para setembro
encerraram negociados a US$
46,05, uma queda de 67 centavos
ou 1,4% em relação ao preço de
sexta-feira. Em Londres, o barril
do tipo Brent negociado para outubro encerrou em queda de
1,2%, aos US$ 43,03. Os preços,
aos poucos, se distanciam dos recordes alcançados durante o pregão de sexta-feira, quando a cotação beirou US$ 50.
A produção do Iraque voltou
aos 2 milhões de barris diários. As
operações no sul do país foram
retomadas após terem ficado
duas semanas parcialmente interrompidas -as extrações ficaram
reduzidas à metade. Ao norte do
país, as linhas de exportações na
região de Kirkuk também voltaram o operar, com pelo menos
50% de sua capacidade.
O país é o sexto maior fornecedor de óleo para os Estados Unidos. As exportações do Iraque
responderam por 6,5% das importações do produto pelos EUA,
em maio, de acordo com informações do Departamento de
Energia norte-americano.
Yukos
Na Rússia, a maior produtora
local, a Yukos, comunicou que será forçada a reduzir sua capacidade por conta do congelamento de
suas contas bancárias. A empresa
vive uma disputa judicial com o
governo local sobre o pagamento
US$ 3,4 bilhões em tributos supostamente atrasados.
No sentido oposto, o presidente
russo, Vladimir Putin, disse ontem para o seu colega norte-americano, George W. Bush, que as
empresas do país irão manter os
atuais níveis de produção. A informação foi dada pelo porta-voz
da Casa Branca, Scott Mclellan.
A incerteza na Rússia, no entanto, não foi suficiente para elevar
os preços ontem. "Essa redução é
parte de um leve ajuste, mas ainda
não é uma reversão de tendência", disse Ric Navy, negociador
do BNP Paribas.
Segundo analistas, para haver
uma reversão definitiva da tendência, seria necessário o fim dos
conflitos nas regiões produtoras
do Iraque.
Demanda
O mercado teme que a pequena
capacidade dos países produtores
de elevar sua capacidade acabe
pressionando os preços. Em especial, em um momento de alta no
consumo como o atual.
O analista Martin King, da First
Energy Capital, diz acreditar que
"o preço do produto permaneça
na casa dos US$ 40 por um ou
dois meses, até que fique mais nítido o comportamento do consumo nos EUA no último trimestre.
Nesta época, o consumo tende a
subir em razão da utilização do
combustível no aquecimento domiciliar. As refinarias do país já
importaram, em média, 9,95 milhões de barris por dia neste ano,
um crescimento de 6,5% em comparação ao mesmo período do
ano passado.
O consumo chinês é outro fator
preocupante. Nos últimos 12 meses encerrados em julho, as importações da commodity pela
China cresceram mais de 40%. O
país ainda espera aumentar o
consumo do produto. Com todos
esses fatores, qualquer problema
em um país produtor poderá ter
reflexos nas cotações.
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