São Paulo, quarta-feira, 24 de agosto de 2005

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INFRA-ESTUTURA

Recursos vão para trilhos e composições

Nova Brasil Ferrovias anuncia intenção de investir R$ 1,3 bilhão

DA REPORTAGEM LOCAL

A Nova Brasil Ferrovias anunciou ontem a intenção de investir R$ 1,3 bilhão. Após o término da reestruturação societária, o dinheiro será usado para recuperação de trilhos e material rodante, além da aquisição de vagões e locomotivas. "Todos os recursos previstos na reestruturação foram aportados", afirmou o presidente do conselho da Brasil Ferrovias, Guilherme Lacerda. O anúncio, ocorrido em São Paulo, contou com a presença da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.
A Brasil Ferrovias cuida de três grandes concessionárias (Ferronorte, Ferroban e Novoeste), além de outra menor, a Portofer. Ao todo, são 4.500 quilômetros de estradas de ferro que cortam 180 municípios perfazendo um dos mais importantes corredores logísticos do país, que liga os Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul ao porto de Santos, litoral paulista.
Só no ano passado, os trens que passam pela Brasil Ferrovias transportaram 14 milhões de toneladas. Em 2005, a estimativa da empresa é consolidar um crescimento superior a 16%, atingindo a marca de 16 milhões de toneladas transportadas.
Vários tipos de produtos passam pela Brasil Ferrovias: grãos, fertilizantes, derivados de petróleo, combustíveis, bauxita, açúcar, minério de ferro, minério de manganês, açúcar, produtos siderúrgicos e óleo vegetal, entre outros. Para tanto, a companhia conta hoje com uma frota de 320 locomotivas e mais de 10 mil vagões, além de 3.000 funcionários.

Reestruturação
Em maio, depois de uma negociação que se arrastou por dois anos, os acionistas da Brasil Ferrovias e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) firmaram um acordo, que envolveu R$ 1,1 bilhão.
Até a assinatura do contrato, as dívidas da Brasil Ferrovias alcançavam R$ 1,6 bilhão. Neste ano, a expectativa dos administradores é obter uma receita de R$ 800 milhões. Em 2008, esse valor pode atingir R$ 1,8 bilhão.
A maior parte do dinheiro veio do BNDES, que em troca se tornou sócio da empresa. Ficou com uma equivalente a cerca de 43% do capital da empresa. O restante dos recursos é oriundo dos outros grandes sócios: os fundos de pensão do Banco do Brasil (Previ) e da Caixa Econômica Federal (CEF). Ao final da remodelação, cada um acabou com 25% da Brasil Ferrovias. O restante das ações está dividido entre JP Morgan, o fundo Laif e a Constran, do empresário Olacyr de Moraes.
O acordo despertou a atenção do Ministério Público Federal. Em julho, foi instaurado inquérito civil para apurar possíveis irregularidades na reestruturação.


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