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Superávit do governo é o menor no ano
Economia em julho ficou em R$ 2,9 bi; em sete meses, despesas cresceram 14,8%, enquanto as receitas aumentaram 11,1%
Tesouro diz que gastos neste ano estão sendo antecipados para seguir legislação eleitoral, mas que meta final será cumprida
CLÁUDIA DIANNI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo central registrou
em julho o mais baixo superávit
do ano. A economia feita pelo
Tesouro Nacional, pela Previdência e pelo Banco Central foi
de R$ 2,9 bilhões, bem menor
do que o resultado de junho, de
R$ 5,9 bilhões. Num ano eleitoral, o esforço do governo central para fazer superávit tem sido menor. De janeiro a julho, as
despesas cresceram 14,8%, enquanto as receitas tiveram um
aumento de 11,1%.
Segundo o secretário do Tesouro, Carlos Kawall, o pagamento do 13º salário dos funcionários públicos federais em
julho e o aumento, de 8,8%, no
déficit da Previdência em julho,
efeito da greve dos funcionários da Dataprev, explicam a
queda do resultado no mês passado, que também foi menor do
que o alcançado no mesmo período de 2005, quando a economia foi de R$ 4,7 bilhões.
Não fosse a transferência de
R$ 800 milhões da CDEE (Comercializadora Brasileira de
Energia Emergencial) para o
Tesouro em julho, o resultado
teria sido ainda pior. A empresa
foi aberta pelo governo em
2001 para gerenciar o apagão.
Com o fechamento da empresa,
conforme o previsto, o dinheiro
voltou para o Tesouro.
Em julho, as receitas do governo central somaram R$ 44,8
bilhões, e as despesas, R$ 34,4
bilhões. Para os Estados e municípios, foram transferidos R$
7,4 bilhões.
No ano, o superávit do governo central está acumulado em
R$ 41,4 bilhões, o que equivale
a 3,55% do PIB (Produto Interno Bruto) estimado. O valor
também é menor do que a economia dos sete primeiros meses de 2005, de R$ 43,1 bilhões
ou cerca de 3,99% do PIB.
"Em ano de eleição, há antecipação de despesas por causa
das restrições da Lei Eleitoral,
que não permite que sejam efetuados determinados gastos
próximos à data das eleições, e
por causa do cumprimento da
Lei de Responsabilidade Fiscal", disse o secretário.
Ele admitiu que, no médio
prazo, o maior aumento das
despesas do que o das receitas
não é sustentável. Afirmou, porém, que não está preocupado
com a evolução dos gastos porque o resultado está dentro do
esperado e o governo está comprometido com as metas. A meta do governo central é economizar 2,5% do PIB, mas a meta
total de superávit primário do
setor público -que inclui ainda
Estados, municípios e estatais- é de 4,25% do PIB.
Na avaliação de Kawall, no
governo anterior o ajuste fiscal
foi feito por meio do aumento
da carga tributária, hoje próxima de 37% do PIB, mas que não
deverá ocorrer mais, caso o
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva continue no governo.
"Está sendo feito um trabalho de gestão na Previdência
com vistas a reduzir o déficit. Se
for preciso, a gente vai cortar
gastos e reduzir as despesas, de
modo que as metas fiscais serão
cumpridas religiosamente neste ano. E, se estivermos aqui
nos próximos anos, também",
disse ontem o ministro da Fazenda, Guido Mantega, antes
da divulgação do resultado do
Tesouro Nacional.
No mês passado, o Tesouro
Nacional teve resultado primário positivo de R$ 6,374 bilhões. O INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) apresentou déficit de R$ 3,437 bilhões,
e o Banco Central, déficit de R$
5,1 milhões.
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