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Confiança do consumidor de renda mais alta diminui
Para FGV, turbulência no mercado financeiro e crise aérea afetaram mais ricos
No geral, porém, índice teve alta de 1% em agosto, com 53% dos consumidores apostando em crescimento vigoroso nos próximos anos
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
A crise no mercado financeiro já abala a confiança dos consumidores de maior poder
aquisitivo. Sondagem da FGV
(Fundação Getulio Vargas)
mostra que o Índice de Confiança do Consumidor teve alta
de 1% em agosto. Mas para os
mais ricos, com renda familiar
mensal superior a R$ 9.600,
houve queda de 3,3%.
O pessimismo entre os consumidores de renda mais elevada foi puxado por São Paulo,
onde houve queda de 6,4% nessa faixa. Em Brasília, o recuo foi
de 4,6%, e, no Rio, de 1,9%.
Segundo Aloisio Campelo,
coordenador da pesquisa, o resultado mostra que esses consumidores já podem ter sido
afetados pela queda das Bolsas.
"É a única faixa de renda em
que a confiança diminuiu entre
julho e agosto, sinalizando que
a turbulência do mercado financeiro gera incerteza. A crise
já pode estar afetando as aplicações dos consumidores dessa
faixa", disse.
Para Campelo, a crise trouxe
apreensão tanto para os investidores do mercado de renda
variável como renda fixa.
A cidade de São Paulo teve
queda de 0,5% no índice de
confiança. Campelo atribuiu o
desempenho ao fato de a capital ser o centro financeiro do
país, com grande número de
pessoas ligadas ao setor, e aos
efeitos do acidente da TAM.
"Os grandes desastres afetam
o humor dos consumidores",
disse. Com o resultado de agosto, a taxa acumulada em 12 meses em São Paulo caiu de 9,6%
para 6,9%. Em Brasília, houve
queda de 1,6% em agosto.
A cautela dos consumidores
mais ricos pode ser medida
também pelas expectativas de
crescimento para os próximos
cinco anos. Em agosto do ano
passado, 64% dos consumidores de renda familiar superior a
R$ 9.600 previam uma expansão mais acelerada da economia nos próximos cinco anos e
representavam a parcela mais
otimista em relação ao futuro.
Em agosto deste ano, esse percentual recuou para 50,4%.
Na média de todas as faixas
de renda, 53,2% apostam em
crescimento mais vigoroso da
economia nos próximos anos.
A pesquisa coletou dados entre os dias 2 e 20 deste mês.
Apesar do pessimismo dos
consumidores de renda mais
alta, alguns indicadores deram
sinais de recuperação, como a
avaliação da economia local,
que teve alta de 2% e alcançou o
maior patamar da série histórica, iniciada em setembro de
2005. O consumidor está disposto a comprar mais bens duráveis, como eletrodomésticos,
no futuro. O indicador avançou
1,7% de julho para agosto.
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