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Inmetro aperta controle sobre brinquedos
Portaria do órgão prevê mais rigidez no controle de empresas que fazem a certificação de produtos no país, a fim de garantir segurança
Instituto também determina que fiscais retirem das
lojas brinquedos da linha Magnetix, que apresentaram problemas com ímãs
JULIO WIZIACK
DA REPORTAGEM LOCAL
O Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial)
anunciou ontem a publicação
de uma portaria no "Diário Oficial" da União prevendo mais
rigidez no controle das empresas que fazem a certificação de
brinquedos no país.
Segundo o diretor de qualidade do instituto, Alfredo Lobo, as mudanças estão ocorrendo para garantir a segurança
dos consumidores.
A partir de hoje, o Inmetro
determina que seus fiscais retirem das prateleiras os brinquedos da linha Magnetix -fabricados pela canadense Mega
Brands. "É uma interdição cautelar", afirma Lobo.
Os lotes desses brinquedos
serão etiquetados e os varejistas assinarão um termo de responsabilidade. Quem for pego
vendendo o produto poderá ser
preso sem direito a fiança.
Isso está acontecendo para
evitar que os brasileiros passem pela situação enfrentada
pelos norte-americanos. No
ano passado, 1.500 crianças nos
Estados Unidos tiveram problemas ao ingerir ou aspirar
ímãs que se soltaram dos brinquedos da linha Magnetix. Uma
delas morreu. Outras 27 passaram por cirurgias.
Em menos de um ano, o mercado americano passou por
quatro recalls de brinquedos,
três deles envolvendo a americana Mattel, líder mundial. No
Brasil, ela fez dois recalls.
"Queremos evitar que as
crianças brasileiras tenham
problemas", diz Lobo.
Para isso, o instituto baixou
um pacote de medidas. Agora,
todo lote que desembarcar no
país deverá ser submetido a
testes de qualidade. "Será o
mesmo procedimento adotado
para o controle das camisinhas", diz Lobo.
Antes, empresas de grande
porte optavam por ser auditadas uma vez por ano, tendo
seus produtos testados duas vezes por ano -e não por lotes.
Outra mudança será o "cerco" às lojas. Até ontem, os fiscais do Inmetro recolhiam
amostras para testes nas redes
varejistas apenas uma vez por
ano. A nova regra prevê até
quatro inspeções anuais.
Os exames de toxicidade e
demais riscos dos materiais serão feitos nos próprios laboratórios do Inmetro. Os ímãs
também serão testados.
O problema é que, segundo as
empresas certificadoras consultadas pela Folha, a legislação não prevê esse tipo de teste. "Não há nada referente aos
ímãs", afirma Mariano Bacellar
Netto, diretor técnico do IQB,
que certificava para a Mattel e
a Gulliver -um dos principais
importadores do Magnetix.
Para Bacellar Netto, a empresa não pode fazer algo que
não está previsto na lei.
De fato, o governo brasileiro
aguarda a aprovação da Argentina para o novo texto da instrução normativa que regula a
certificação dos brinquedos.
Ela valerá para o Mercosul.
O Inmetro alega que a ausência de uma lei para o bloco não
impede que testes preventivos
sejam feitos pelas certificadoras. "É por isso que suspendemos as atividades do IQB", afirma Lobo.
Agora, essas empresas serão
auditadas duas vezes por ano.
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