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MERCADO ABERTO
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Brasil será principal destino de investimento da AL em 2009
Em um momento de desaceleração econômica global, o
Brasil deverá ser o principal
destino de investimentos de
empresas latino-americanas
em 2009, de acordo com pesquisa da consultoria KPMG divulgada ontem.
De 140 executivos de multinacionais da região, 21% declararam intenção de investir no
país no ano que vem. Em seguida, apareceram os Estados Unidos e a Argentina, ambos com
19% das intenções.
No contexto de fraco desempenho econômico nos países
desenvolvidos, os investidores
voltam os olhos aos emergentes. E, no caso do Brasil, o acesso a um mercado consumidor
crescente e a maior estabilidade política surgem como os
principais atrativos, afirma
Diogo Ruiz, sócio-responsável
pela Prática de Impostos da
KPMG no Brasil.
Embora haja consenso de
que haverá um período, ao menos até o ano que vem, de escassez de oferta de crédito externo
e baixa nos investimentos, o
Brasil surge como alternativa
aos grupos empresariais que
ainda dispõem de maior liquidez e estão dispostos a investir.
"Pode ser que haja um enxugamento, mas, de qualquer maneira, sempre haverá a necessidade de aplicação. Com a crise
lá fora e o grau de investimento
no Brasil, há uma canalização
natural de recursos para cá",
afirma Ruiz.
O Brasil terá uma vantagem
comparativa em relação a outros países, o que não significa
que o aporte de capital no país
será maior. Ao contrário, a previsão é que haja queda no investimento direto estrangeiro.
De acordo com a RC Consultores, o volume de capital externo no Brasil deverá alcançar
US$ 38 bilhões em 2008. Para o
ano que vem, o montante deve
cair para algo entre US$ 25 bilhões e US$ 28 bilhões.
"Ou seja, a crise aparece como uma oportunidade relativa
ao Brasil. Este não é um quadro
expansionista", afirma Fábio
Silveira, sócio-diretor da RC.
A pesquisa da KPMG mostra
também que a intenção de investimentos no Brasil será menor. Em um horizonte de cinco
anos, o interesse em investir no
país cai de 21% para 19%. Para
Ruiz, o fato de as empresas já
estarem consolidadas no Brasil
em 2013 explica a redução.
PECHINCHA
O preço é o que pesa mais
na decisão de compra para
67% das donas-de-casa brasileiras, mostra estudo da
LatinPanel. Até junho, o gasto com produtos em promoção cresceu 14% ante igual
período de 2007. Nas cinco
maiores redes de varejo, o
avanço chegou a 20%. A pesquisa mostrou que a promoção mais popular é o folheto
promocional.
PLANO DE VÔO
Emilio Botín, presidente
mundial do grupo Santander, virá ao Brasil, em 31 de
outubro, apresentar, com
Fábio Barbosa, presidente
do Santander Brasil, o plano
estratégico para o país. O
executivo-chefe Alfredo
Sáenz participa do evento.
NA PROA
A Vale e a Posco investem
para reduzir o custo do
transporte de minério de
ferro para a Coréia. Dois navios, com capacidade de 250
mil toneladas, contratados
pela siderúrgica coreana, fazem nesta semana o primeiro carregamento no Terminal Marítimo de Ponta da
Madeira, em São Luís.
TERRA DOURADA
Mônaco passou Londres
como o mercado com casas
mais caras do mundo, segundo a Bloomberg. Demissões nos bancos e previsões
de queda de bônus dos executivos são algumas causas.
A demanda gerada pelas
pessoas que trabalham em
serviços financeiros que
aquecia o mercado de casas
de luxo londrino caiu -empresas do setor estão cortando custos com pessoal.
CARGA PESADA
O conhecimento dos brasileiros sobre os impostos
melhorou neste ano. No entanto, quase 30% das pessoas dizem que não pagam
impostos, segundo pesquisa
da Fecomércio-RJ. De acordo com a federação, essas
pessoas não percebem a carga tributária, principalmente em razão dos impostos indiretos. O percentual de entrevistados que dizem pagar impostos passou de 45% em
2007 para 69% neste ano. O
estudo foi feito em mil domicílios, 70 cidades e nove
regiões metropolitanas.
Crise espanta brasileiros do mercado financeiro dos EUA
A crise financeira global já
provoca efeitos sobre brasileiros que trabalham no mercado
financeiro norte-americano.
Executivos que ocupavam cargos estratégicos, com altos salários e bonificações, já começam
a buscar empresas de recrutamento no Brasil, depois que o
Lehman Brothers pediu concordata e o Merrill Lynch foi
vendido.
Ricardo Bevilacqua, diretor-geral da Robert Half, diz que há
três meses começou a sentir
um fluxo de volta de profissionais que trabalhavam em private banking. "Quem faz gestão
de grandes fortunas percebeu
que o americano teria problemas e começou a pensar em
voltar. Foi quando nós passamos a receber os currículos."
Segundo Bevilacqua, o movimento inclui profissionais do
Bear Stearns e do Lehman Brothers, que não costumavam colocar currículo no mercado.
"Há pessoas que nunca fariam
isso em momento normal." A
faixa salarial é alta, de cerca de
US$ 15 mil fixos, mais bonificação, segundo Bevilacqua.
A perspectiva é que esse retorno de profissionais se mantenha pelos próximos 24 meses, tempo que o mercado deve
tomar para se reerguer. "Hoje,
bancos como Itaú, Bradesco,
Unibanco e outros têm conseguido atrair excelentes profissionais com pacotes atrativos."
PRATA DA CASA
Apesar da escassez de
crédito global, alguns
grandes nomes de Hollywood ainda mostram que
têm cacife. Steven Spielberg conseguiu US$ 700
milhões do JPMorgan para abrir uma produtora
com a Reliance Big Entertainment da Índia, diz o
"New York Times". A
produtora independente
Media Rights Capital
também foi agraciada: foram US$ 350 milhões do
JPMorgan Chase e do Comerica. De acordo com o
jornal americano, as empresas de Hollywood temem a crise, mas as companhias consideradas de
baixo risco continuarão
com acesso ao crédito,
embora em menor escala.
com JOANA CUNHA e VERENA FORNETTI
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