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China diz que não pagará mais à Vale por minério
Preço está 11% abaixo do pago pela UE, diz empresa
DE PEQUIM
As empresas de ferro e aço da
China ameaçaram ontem acabar as negociações com a Vale
para importações em 2009 como sinal de que rejeitam o aumento de preços.
"Se a Vale não pode resolver
o problema bem, significa que
perdeu a oportunidade de conversar com a China sobre as exportações no próximo ano",
disse o secretário-geral da Associação de Ferro e Aço da China, Shan Shanghua, à revista de
negócios "Caijing", de Pequim.
Na semana passada, a Vale
propôs aumento no preço de
minério de ferro, alegando que
os preços pagos pelos asiáticos
são 11% inferiores aos pagos pelos clientes europeus. Em reunião ontem, a associação anunciou sua contrariedade.
"Não podemos aceitar esse
tipo de comportamento; a proposta viola nosso contrato onde
o preço já está decidido", disse
Shan. "Se a proposta deles [Vale] fosse aceita, o aumento acumulado de preços chegaria a
98% neste ano."
"Ainda que tenhamos necessidade proporcional do minério de ferro brasileiro, rejeitaremos essa proposta", afirmou
um gerente da empresa Magang Holding Co.
Procurada, a Vale informou
que não comentaria o assunto.
Shan acusou a Vale de ter paralisado o embarque do minério em navios chineses, resultando em "dramáticas perdas"
a vários navios chineses atracados no Brasil. "Ficar [parado]
no porto por um dia significa
[perda] de US$ 100 mil a US$
150 mil para as empresas de navegação", acrescentou Shan.
Em fevereiro, a companhia
chinesa Bao Steel concordou
em aumentar em 65% o preço
do ferro da mina do Sistema Sul
e em 71% o da mina de Carajás.
Segundo a revista, a associação planeja aumentar a produção local e importar da Austrália, da Índia e da África do Sul
para compensar a importação
do Brasil, caso a Vale mantenha
o aumento de preço.
(RAUL JUSTE LORES)
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