São Paulo, quarta-feira, 24 de setembro de 2008

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China diz que não pagará mais à Vale por minério

Preço está 11% abaixo do pago pela UE, diz empresa

DE PEQUIM

As empresas de ferro e aço da China ameaçaram ontem acabar as negociações com a Vale para importações em 2009 como sinal de que rejeitam o aumento de preços.
"Se a Vale não pode resolver o problema bem, significa que perdeu a oportunidade de conversar com a China sobre as exportações no próximo ano", disse o secretário-geral da Associação de Ferro e Aço da China, Shan Shanghua, à revista de negócios "Caijing", de Pequim.
Na semana passada, a Vale propôs aumento no preço de minério de ferro, alegando que os preços pagos pelos asiáticos são 11% inferiores aos pagos pelos clientes europeus. Em reunião ontem, a associação anunciou sua contrariedade.
"Não podemos aceitar esse tipo de comportamento; a proposta viola nosso contrato onde o preço já está decidido", disse Shan. "Se a proposta deles [Vale] fosse aceita, o aumento acumulado de preços chegaria a 98% neste ano."
"Ainda que tenhamos necessidade proporcional do minério de ferro brasileiro, rejeitaremos essa proposta", afirmou um gerente da empresa Magang Holding Co.
Procurada, a Vale informou que não comentaria o assunto.
Shan acusou a Vale de ter paralisado o embarque do minério em navios chineses, resultando em "dramáticas perdas" a vários navios chineses atracados no Brasil. "Ficar [parado] no porto por um dia significa [perda] de US$ 100 mil a US$ 150 mil para as empresas de navegação", acrescentou Shan.
Em fevereiro, a companhia chinesa Bao Steel concordou em aumentar em 65% o preço do ferro da mina do Sistema Sul e em 71% o da mina de Carajás.
Segundo a revista, a associação planeja aumentar a produção local e importar da Austrália, da Índia e da África do Sul para compensar a importação do Brasil, caso a Vale mantenha o aumento de preço.
(RAUL JUSTE LORES)


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