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CRISE NO AR
Objetivo é assumir o controle da companhia aérea; TAM ficaria fora
Funcionários da Varig criam empresa
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
ANA PAULA GRABOIS
DA FOLHA ONLINE, NO RIO
Com o esfriamento das negociações para a fusão com a TAM, um
grupo de funcionários da Varig
criou a empresa NV Participações
Limitada, cuja proposta é assumir
o controle da companhia aérea.
Como parte da reestruturação, a
NV (de Nova Varig) já encaminhou um pedido de empréstimo
de US$ 300 milhões ao BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
O objetivo é capitalizar a empresa e montar uma nova estrutura
societária. Participariam funcionários, credores e a controladora
da Varig, a FRB (Fundação Ruben
Berta). A TAM ficaria de fora. O
BNDES também entraria na sociedade, caso o crédito viesse na
forma de aporte de recursos.
A direção da Varig rejeita a proposta por considerá-la "inconsistente". Luiz Martins, vice-presidente da empresa e presidente do
conselho curador da FRB, disse
que ela não representa a maioria
dos funcionários nem resolve os
problemas da companhia.
Oficialmente, o BNDES informa
que recebeu o pedido, mas ainda
não o analisou. Segundo a Folha
apurou, o banco considera a proposta frágil porque faltariam garantias ao empréstimo. A única
apresentada são créditos que a
Varig teria de pagar aos empregados, no valor de R$ 874 milhões.
Márcio Marsillac, vice-presidente da Associação de Pilotos da
Varig, disse já ter negociado com
os principais credores (Boeing,
GE, BR e Infraero), que "se mostraram dispostos" a converter os
créditos em participação na NV.
Marsillac afirmou que o projeto
é representativo. Disse que 5.000
dos 11 mil funcionários da Varig,
o apóiam. Segundo Martins, ele
só representa os 400 pilotos associados à Apvar.
Embora descarte a proposta, a
Varig já não está tão empenhada
na fusão, pois seus resultados têm
melhorado e há a perspectiva de
que possa se reestruturar só com a
ajuda do BNDES e credores.
Segundo Martins, a Varig terá
neste ano "um resultado positivo
operacionalmente como havia
muito tempo não tínhamos". "O
ano vai ser no azul."
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