UOL


São Paulo, sexta-feira, 24 de outubro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CRISE NO AR

Objetivo é assumir o controle da companhia aérea; TAM ficaria fora

Funcionários da Varig criam empresa

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
ANA PAULA GRABOIS
DA FOLHA ONLINE, NO RIO

Com o esfriamento das negociações para a fusão com a TAM, um grupo de funcionários da Varig criou a empresa NV Participações Limitada, cuja proposta é assumir o controle da companhia aérea.
Como parte da reestruturação, a NV (de Nova Varig) já encaminhou um pedido de empréstimo de US$ 300 milhões ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
O objetivo é capitalizar a empresa e montar uma nova estrutura societária. Participariam funcionários, credores e a controladora da Varig, a FRB (Fundação Ruben Berta). A TAM ficaria de fora. O BNDES também entraria na sociedade, caso o crédito viesse na forma de aporte de recursos.
A direção da Varig rejeita a proposta por considerá-la "inconsistente". Luiz Martins, vice-presidente da empresa e presidente do conselho curador da FRB, disse que ela não representa a maioria dos funcionários nem resolve os problemas da companhia.
Oficialmente, o BNDES informa que recebeu o pedido, mas ainda não o analisou. Segundo a Folha apurou, o banco considera a proposta frágil porque faltariam garantias ao empréstimo. A única apresentada são créditos que a Varig teria de pagar aos empregados, no valor de R$ 874 milhões.
Márcio Marsillac, vice-presidente da Associação de Pilotos da Varig, disse já ter negociado com os principais credores (Boeing, GE, BR e Infraero), que "se mostraram dispostos" a converter os créditos em participação na NV.
Marsillac afirmou que o projeto é representativo. Disse que 5.000 dos 11 mil funcionários da Varig, o apóiam. Segundo Martins, ele só representa os 400 pilotos associados à Apvar.
Embora descarte a proposta, a Varig já não está tão empenhada na fusão, pois seus resultados têm melhorado e há a perspectiva de que possa se reestruturar só com a ajuda do BNDES e credores.
Segundo Martins, a Varig terá neste ano "um resultado positivo operacionalmente como havia muito tempo não tínhamos". "O ano vai ser no azul."


Texto Anterior: "Falta só legalizar a maconha", afirma Roberto Requião
Próximo Texto: Prejuízo da Vasp cai 95,6% no 1º semestre
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.