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São Paulo, segunda-feira, 24 de novembro de 2003

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PERSONAGENS

Se não atrasar pagamentos, secretária poderá viajar com a família sem comprometer orçamento

Consultor diferencia dívida e financiamento

DA REPORTAGEM LOCAL

A secretária Elisângela Martins, 31, e o economista Valdemir Raymundo, 37, são colegas de trabalho, na Confesp (Confederação das Unimed do Estado de São Paulo).
No fim do ano, na hora de decidir o que fazer com o dinheiro extra do 13º salário, cada um seguiu um caminho diferente.
Elisângela está procurando um lugar para passar uns dias no Nordeste, na folga de fim de ano. Ela e o marido decidiram juntar o dinheiro do 13º salário de ambos para pagar a viagem para a família -o casal e os três filhos.
Já Raymundo vai gastar um pouco com as festas e poupar o resto para o início de 2004.
Elisângela conta que é a primeira vez que decidem gastar o dinheiro extra do fim do ano para viajar. Nos anos anteriores, o dinheiro ia para comprar presentes e pagar contas.
Recentemente, o casal decidiu financiar a compra de uma casa, que já está sendo reformada.
Elisângela diz que ela e o marido não cogitaram usar o dinheiro do 13º para abater prestações ou mesmo para pagar as despesas com a reforma.
O consultor Luis Carlos Ewald, professor da FGV-RJ (Fundação Getúlio Vargas), diz que a situação da família de Elisângela parece ser confortável.
Ele faz uma distinção entre uma dívida e um financiamento.
Dívida só pode ser considerada aquelas prestações que estão atrasadas, no caso de um financiamento. "Há uma nuance de diferença entre dívida e financiamento: no caso do imóvel de Elisângela, ela deve provavelmente ter contratado um financiamento por longo prazo, com pagamentos mensais que serão supridos pelos seus rendimentos futuros mês a mês e que, por isso, devem estar em dia. Se for assim, é razoável que ela desfrute de um lazer com a família."

Planejamento
Raymundo pode ser considerado um exemplo de planejamento. Já definiu o que fazer com o dinheiro do 13º dele e da mulher. Cerca de 20% vão para as despesas de fim de ano, como festas e presentes. Os outros 80% ele vai guardar para pagar os impostos no início do ano -IPVA dos dois carros da família e IPTU do imóvel em que mora.
Casado, com uma filha, Raymundo, que trabalha na área de tecnologia da Confesp, diz que vai pagar os impostos à vista.
Precavido, explica que vai ter duas grandes vantagens: aproveitar os descontos concedidos a quem paga em uma única vez e livrar-se do risco de pagar juros por possíveis atrasos, no caso de parcelar. Acostumado a lidar com números, Raymundo aconselha as pessoas a pagar as dívidas com o dinheiro extra. Conta que, há alguns anos, quando ainda estava construindo a casa própria, aproveitava o 13º para pagar as dívidas da compra de material de construção.
Para Ewald, a cautela [de Raymundo] merece elogios, pois "é isso mesmo que deve ser feito": "No início do ano, as pessoas costumam estar sem dinheiro e as despesas são muitas. Muitas vezes, os cheques pré-datados de Natal pipocam de surpresa para quem não é prevenido", completa. (PHS)


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