São Paulo, sábado, 24 de novembro de 2007

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Inadimplência derruba lucro da Caixa em 89% no 3º tri

Ganho foi de R$ 63 mi; em nove meses, é de R$ 1,78 bi

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Afetada por problemas de inadimplência, a Caixa Econômica Federal encerrou o terceiro trimestre deste ano com o pior resultado alcançado entre os grandes bancos que atuam no país: R$ 63 milhões, valor 89% menor do que o do mesmo período do ano passado.
Entre janeiro e setembro, o ganho acumulado foi de R$ 1,778 bilhão, 8,1% menos do que nos primeiros nove meses de 2006.
Se consideradas as quatro maiores instituições financeiras do país, apenas a Caixa teve lucro abaixo da casa do bilhão de reais no trimestre. O maior resultado foi apurado pelo Itaú, que teve ganhos de R$ 2,4 bilhões. O Banco do Brasil, que, assim como a Caixa, é controlado pelo governo federal, lucrou R$ 1,4 bilhão.
Ao apresentar os números, o vice-presidente de Controle e Risco, Marcos Vasconcelos, disse que a baixa lucratividade do banco, na comparação com seus concorrentes, não é motivo de preocupação.
"A Caixa é um banco 100% público e não tem necessidade de buscar a maximização de seus lucros", afirmou. O BB é controlado pelo Tesouro Nacional mas também possui acionistas no setor privado.
Vasconcelos admitiu, porém, que parte da queda do lucro da Caixa é explicada por problemas na concessão de crédito, especialmente nas operações com micro e pequenas empresas. Nessas transações, o nível de inadimplência chegou a 8% no começo do ano, contra 5,3% no início de 2006.
Vasconcelos disse que, nos últimos meses, o atraso nos pagamentos desses empréstimos já se normalizou, mas, ainda assim, foi necessário fazer uma provisão adicional no balanço do banco. Provisão é o nome dado ao volume de dinheiro que uma empresa deixa reservada nas suas contas para cobrir eventuais prejuízos -como os causados por calotes.
No terceiro trimestre, as provisões feitas pela Caixa somaram R$ 545 milhões, valor equivalente a cerca de 1% da carteira de empréstimos da instituição.
Vasconcelos disse ainda que outros dois fatores afetaram negativamente o resultado do banco no terceiro trimestre. Um foi a contabilização de um pagamento de R$ 145 milhões aos funcionários da instituição a título de participação nos resultados. Esse pagamento foi acertado na última negociação coletiva feita pelos bancários e não estava previsto nas contas deste ano.
Além disso, a Caixa também fez uma provisão adicional de R$ 250 milhões para cobrir eventuais perdas que o banco pode ter com o pagamento da correção da poupança referente às perdas sofridas por investidores na implantação dos planos Bresser e Verão. Muitos poupadores já recorreram à Justiça cobrando essa diferença, e os bancos têm sido derrotados na maioria das vezes.


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