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Inadimplência derruba lucro da Caixa em 89% no 3º tri
Ganho foi de R$ 63 mi; em nove meses, é de R$ 1,78 bi
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Afetada por problemas de
inadimplência, a Caixa Econômica Federal encerrou o terceiro trimestre deste ano com o
pior resultado alcançado entre
os grandes bancos que atuam
no país: R$ 63 milhões, valor
89% menor do que o do mesmo
período do ano passado.
Entre janeiro e setembro, o
ganho acumulado foi de R$
1,778 bilhão, 8,1% menos do
que nos primeiros nove meses
de 2006.
Se consideradas as quatro
maiores instituições financeiras do país, apenas a Caixa teve
lucro abaixo da casa do bilhão
de reais no trimestre. O maior
resultado foi apurado pelo Itaú,
que teve ganhos de R$ 2,4 bilhões. O Banco do Brasil, que,
assim como a Caixa, é controlado pelo governo federal, lucrou
R$ 1,4 bilhão.
Ao apresentar os números, o
vice-presidente de Controle e
Risco, Marcos Vasconcelos,
disse que a baixa lucratividade
do banco, na comparação com
seus concorrentes, não é motivo de preocupação.
"A Caixa é um banco 100%
público e não tem necessidade
de buscar a maximização de
seus lucros", afirmou. O BB é
controlado pelo Tesouro Nacional mas também possui
acionistas no setor privado.
Vasconcelos admitiu, porém,
que parte da queda do lucro da
Caixa é explicada por problemas na concessão de crédito,
especialmente nas operações
com micro e pequenas empresas. Nessas transações, o nível
de inadimplência chegou a 8%
no começo do ano, contra 5,3%
no início de 2006.
Vasconcelos disse que, nos
últimos meses, o atraso nos pagamentos desses empréstimos
já se normalizou, mas, ainda assim, foi necessário fazer uma
provisão adicional no balanço
do banco. Provisão é o nome
dado ao volume de dinheiro
que uma empresa deixa reservada nas suas contas para cobrir eventuais prejuízos -como os causados por calotes.
No terceiro trimestre, as provisões feitas pela Caixa somaram R$ 545 milhões, valor
equivalente a cerca de 1% da
carteira de empréstimos da
instituição.
Vasconcelos disse ainda que
outros dois fatores afetaram
negativamente o resultado do
banco no terceiro trimestre.
Um foi a contabilização de um
pagamento de R$ 145 milhões
aos funcionários da instituição
a título de participação nos resultados. Esse pagamento foi
acertado na última negociação
coletiva feita pelos bancários e
não estava previsto nas contas
deste ano.
Além disso, a Caixa também
fez uma provisão adicional de
R$ 250 milhões para cobrir
eventuais perdas que o banco
pode ter com o pagamento da
correção da poupança referente às perdas sofridas por investidores na implantação dos planos Bresser e Verão. Muitos
poupadores já recorreram à
Justiça cobrando essa diferença, e os bancos têm sido derrotados na maioria das vezes.
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