São Paulo, sábado, 24 de novembro de 2007

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Queda do dólar é "ameaça à vida" da Airbus, diz executivo

Enders afirma que serão tomadas "medidas radicais"

DA REDAÇÃO

O diretor-executivo da Airbus, Tom Enders, afirmou que a crescente desvalorização do dólar em relação ao euro é uma "ameaça à vida" da fabricante de aviões. Segundo relatos dos jornais alemães, ele disse que a empresa deve ter perdas expressivas com a perda de força da moeda americana.
"Devemos revisar nosso modelo industrial, ele deixou de ser sustentável", afirmou o executivo em uma reunião da Airbus em Hamburgo (Alemanha). "Serão medidas radicais", completou, indicando que todos os gastos serão revisados.
A maior parte da produção da empresa está concentrada na Europa, com custos em euro, mas suas vendas são em dólar, que é a moeda de referência nas transações do setor aeronáutico -uma vantagem para a principal rival da Airbus, a norte-americana Boeing.
O euro já se valorizou em mais de 10% em um ano em relação ao dólar e ontem chegou a superar pela primeira vez a barreira do US$ 1,49, porém recuou no final do dia.
Há aproximadamente um mês, a moeda européia esteve cotada pela primeira vez acima de US$ 1,43.
De acordo com Enders, a Airbus não poderá mais realizar os investimentos que planejava para o ano que vem. A empresa pretendia, em 2008, aumentar em 25% os seus gastos anuais com pesquisa e desenvolvimento, de 2 bilhões. No entanto, um executivo da companhia que pediu para não ter o seu nome revelado disse ao "Financial Times" que esse plano está descartado e que esses gastos podem ficar abaixo dos 2 bilhões.
A Airbus vem passando por um processo de reestruturação, que inclui a demissão de 10 mil trabalhadores até 2010, após os sucessivos atrasos na fabricação do A380, que começou a voar comercialmente só no mês passado. E há pouco espaço para novos cortes, já que a empresa vem batendo recorde de vendas e pedidos.
Recentemente, a EADS, o consórcio europeu dono da Airbus, disse que seu plano de reestruturação não estava preparado para lidar com a queda do dólar. Ela afirmou que a companhia terá que economizar mais 1 bilhão do que o planejado até 2010-2011.
Louis Gallois, o diretor-executivo da EADS, afirmou que cada queda de US$ 0,10 no dólar custa 1 bilhão para a companhia.


Com agências internacionais

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