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Queda do dólar é "ameaça à vida" da Airbus, diz executivo
Enders afirma que serão tomadas "medidas radicais"
DA REDAÇÃO
O diretor-executivo da Airbus, Tom Enders, afirmou que
a crescente desvalorização do
dólar em relação ao euro é uma
"ameaça à vida" da fabricante
de aviões. Segundo relatos dos
jornais alemães, ele disse que a
empresa deve ter perdas expressivas com a perda de força
da moeda americana.
"Devemos revisar nosso modelo industrial, ele deixou de
ser sustentável", afirmou o executivo em uma reunião da Airbus em Hamburgo (Alemanha). "Serão medidas radicais",
completou, indicando que todos os gastos serão revisados.
A maior parte da produção da
empresa está concentrada na
Europa, com custos em euro,
mas suas vendas são em dólar,
que é a moeda de referência nas
transações do setor aeronáutico -uma vantagem para a principal rival da Airbus, a norte-americana Boeing.
O euro já se valorizou em
mais de 10% em um ano em relação ao dólar e ontem chegou a
superar pela primeira vez a barreira do US$ 1,49, porém recuou no final do dia.
Há aproximadamente um
mês, a moeda européia esteve
cotada pela primeira vez acima
de US$ 1,43.
De acordo com Enders, a Airbus não poderá mais realizar os
investimentos que planejava
para o ano que vem. A empresa
pretendia, em 2008, aumentar
em 25% os seus gastos anuais
com pesquisa e desenvolvimento, de 2 bilhões. No entanto, um executivo da companhia que pediu para não ter o
seu nome revelado disse ao
"Financial Times" que esse
plano está descartado e que esses gastos podem ficar abaixo
dos 2 bilhões.
A Airbus vem passando por
um processo de reestruturação, que inclui a demissão de 10
mil trabalhadores até 2010,
após os sucessivos atrasos na
fabricação do A380, que começou a voar comercialmente só
no mês passado. E há pouco espaço para novos cortes, já que a
empresa vem batendo recorde
de vendas e pedidos.
Recentemente, a EADS, o
consórcio europeu dono da
Airbus, disse que seu plano de
reestruturação não estava preparado para lidar com a queda
do dólar. Ela afirmou que a
companhia terá que economizar mais 1 bilhão do que o
planejado até 2010-2011.
Louis Gallois, o diretor-executivo da EADS, afirmou que
cada queda de US$ 0,10 no dólar custa 1 bilhão para a companhia.
Com agências internacionais
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