São Paulo, segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Bancos dos EUA desistem de criar fundo de socorro

Falta de interesse seria razão; capital alcançaria US$ 75 bi

DA REPORTAGEM LOCAL

Os bancos norte-americanos Citigroup, Bank of America e JPMorgan Chase abandonaram o plano de criar um fundo de socorro destinado a evitar a liquidação de alguns tipos de ativos afetados pela crise hipotecária. Segundo informação de jornais como o "Financial Times", a falta de interesse no fundo fez seus idealizadores desistirem da idéia.
Anunciado em outubro, o fundo deveria ter capital em torno de US$ 75 bilhões e ser lançado ainda neste ano, com a supervisão e a operação da carteira ficando por conta do BlackRock -um dos maiores fundos dos EUA. Porém, se a crise imobiliária voltar a se aprofundar, a idéia de criar o fundo pode ser retomada, segundo a imprensa internacional.
O próprio Tesouro dos Estados Unidos havia se mostrado interessado na criação do fundo de socorro, que poderia evitar que a crise hipotecária continuasse se expandindo e contaminando o restante da economia.
No entanto, a divulgação dos últimos balanços de grandes instituições financeiras européias e americanas mostrou que os bancos têm encontrado formas de diluir os prejuízos causados principalmente por títulos lastreados em hipotecas "subprime" (de alto risco), o que diminuiria a necessidade do fundo de socorro.
Grandes bancos também conseguiram nas últimas semanas importantes aportes de recursos. Um deles foi o Morgan Stanley, que recebeu uma injeção de US$ 5 bilhões do fundo do governo chinês. Outro caso foi o do Citigroup, que conseguiu US$ 7,5 bilhões de um fundo de Abu Dhabi.
A expectativa é que as instituições financeiras envolvidas na criação do fundo de socorro oficializem, ainda hoje, a suspensão do projeto.
A crise hipotecária dos Estados Unidos começou a abalar o mercado financeiro em meados de julho. As dificuldades enfrentadas pelo segmento de crédito habitacional "subprime", decorrentes de crescentes calotes nos financiamentos imobiliários, afetaram em cheio o resultado de muitos bancos na Europa e nos Estados Unidos.
Na avaliação de analistas financeiros, o fato de a idéia de criação do fundo de socorro ter sido abortada, ao menos por enquanto, não deve chegar a ter impacto negativo nos mercados globais.

Novos dados
Na quarta-feira, a divulgação dos números de solicitações de empréstimos hipotecários feitas pelos americanos vai dar algum sinal em relação ao ritmo em que anda o setor.
Nesse dia, também vai ser conhecido o índice de desempenho do setor manufatureiro medido pelo Fed regional de Richmond.
Na quinta-feira, saem números de pedidos de seguro-desemprego -relevante termômetro do ritmo da economia dos EUA-, além do índice de confiança do consumidor.
No Brasil, os mercados funcionarão apenas a partir de quarta-feira.
Considerando os eventos agendados, será a quinta o dia que tende a ser mais movimentado no país.
Como a inflação voltou a se tornar uma preocupação, a divulgação do resultado do IGP-M de dezembro pela FGV será acompanhada com grande interesse por investidores e analistas. O mercado projeta que o índice de preços aponte elevação de 1,70% neste mês, contra 0,69% em novembro.
Além do IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado), o Banco Central irá divulgar seu relatório periódico de inflação, referente ao quarto trimestre.


Texto Anterior: Com 132%, goiano fica perto do prêmio anual de pregão virtual
Próximo Texto: Histórico favorece Bolsa na virada do ano
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.