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Bancos dos EUA desistem de criar fundo de socorro
Falta de interesse seria razão; capital alcançaria US$ 75 bi
DA REPORTAGEM LOCAL
Os bancos norte-americanos
Citigroup, Bank of America e
JPMorgan Chase abandonaram o plano de criar um fundo
de socorro destinado a evitar a
liquidação de alguns tipos de
ativos afetados pela crise hipotecária. Segundo informação de
jornais como o "Financial Times", a falta de interesse no
fundo fez seus idealizadores
desistirem da idéia.
Anunciado em outubro, o
fundo deveria ter capital em
torno de US$ 75 bilhões e ser
lançado ainda neste ano, com a
supervisão e a operação da carteira ficando por conta do BlackRock -um dos maiores fundos dos EUA. Porém, se a crise
imobiliária voltar a se aprofundar, a idéia de criar o fundo pode ser retomada, segundo a imprensa internacional.
O próprio Tesouro dos Estados Unidos havia se mostrado
interessado na criação do fundo de socorro, que poderia evitar que a crise hipotecária continuasse se expandindo e contaminando o restante da economia.
No entanto, a divulgação dos
últimos balanços de grandes
instituições financeiras européias e americanas mostrou
que os bancos têm encontrado
formas de diluir os prejuízos
causados principalmente por
títulos lastreados em hipotecas
"subprime" (de alto risco), o
que diminuiria a necessidade
do fundo de socorro.
Grandes bancos também
conseguiram nas últimas semanas importantes aportes de
recursos. Um deles foi o Morgan Stanley, que recebeu uma
injeção de US$ 5 bilhões do
fundo do governo chinês. Outro
caso foi o do Citigroup, que
conseguiu US$ 7,5 bilhões de
um fundo de Abu Dhabi.
A expectativa é que as instituições financeiras envolvidas
na criação do fundo de socorro
oficializem, ainda hoje, a suspensão do projeto.
A crise hipotecária dos Estados Unidos começou a abalar o
mercado financeiro em meados
de julho. As dificuldades enfrentadas pelo segmento de
crédito habitacional "subprime", decorrentes de crescentes
calotes nos financiamentos
imobiliários, afetaram em
cheio o resultado de muitos
bancos na Europa e nos Estados Unidos.
Na avaliação de analistas financeiros, o fato de a idéia de
criação do fundo de socorro ter
sido abortada, ao menos por
enquanto, não deve chegar a ter
impacto negativo nos mercados globais.
Novos dados
Na quarta-feira, a divulgação
dos números de solicitações de
empréstimos hipotecários feitas pelos americanos vai dar algum sinal em relação ao ritmo
em que anda o setor.
Nesse dia, também vai ser conhecido o índice de desempenho do setor manufatureiro
medido pelo Fed regional de
Richmond.
Na quinta-feira, saem números de pedidos de seguro-desemprego -relevante termômetro do ritmo da economia
dos EUA-, além do índice de
confiança do consumidor.
No Brasil, os mercados funcionarão apenas a partir de
quarta-feira.
Considerando os eventos
agendados, será a quinta o dia
que tende a ser mais movimentado no país.
Como a inflação voltou a se
tornar uma preocupação, a divulgação do resultado do IGP-M de dezembro pela FGV será
acompanhada com grande interesse por investidores e analistas. O mercado projeta que o
índice de preços aponte elevação de 1,70% neste mês, contra
0,69% em novembro.
Além do IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado), o
Banco Central irá divulgar seu
relatório periódico de inflação,
referente ao quarto trimestre.
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