São Paulo, segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

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Estudo diz que instituições podem cortar taxas e manter as receitas

DA REPORTAGEM LOCAL

Mantido o atual ritmo de expansão do crédito, os bancos podem reduzir em pouco mais de um terço a massa de juros cobrados em até dois anos sem perder um centavo no atual nível de suas receitas, segundo a Austin Rating.
A mudança levaria os juros médios ao consumidor final dos atuais 42,1% ao ano para 31,6%, o que estimularia forte expansão no crédito. Para a Austin, a diferença entre os juros captados e os repassados ao consumidor -o "spread"- cairia dos atuais 34,5 pontos percentuais para 22,6 pontos.
Para fechar a conta, basta os bancos ganharem escala suficiente no varejo para compensarem a receita que em tese perderiam com juros menores.
De acordo com a Austin, com uma expansão de 45% na atual carteira de crédito, hoje em R$ 880,8 bilhões, os bancos manteriam suas receitas anuais com intermediação financeira no atual nível de R$ 370,81 bilhões, corrigido pelo IPCA.
Com um crescimento anual entre 20% e 25%, o crédito brasileiro deve saltar facilmente em até dois anos esses 45% e atingir R$ 1,277 trilhão. Nas projeções, a Austin conta com um cenário de inflação controlada, com IPCA de 3,9% ao ano, um crescimento do PIB de 5% e os juros Selic em 9% até 2009.
Os bancos também concordam que o caminho para fazer o crédito decolar no país é trocar margem de lucro por volume.
"Quanto mais operações você faz, mais o "spread" baixa. O volume mantém a rentabilidade. Os países com volume de crédito alto -como o Japão, onde os juros são de 0,25%- têm uma rentabilidade maior do que no Brasil. Para reduzir o "spread", temos de diminuir a carga tributária, adotar o cadastro positivo para controlar a inadimplência e reduzir os compulsórios", afirmou Ademiro Vian, assessor técnico da Febraban.


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