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CONTAS EXTERNAS
De janeiro a novembro o saldo negativo atingiu US$ 5,8 bilhões, mais do que prevê o acordo com o FMI
Déficit comercial supera as previsões
da Sucursal de Brasília
A balança comercial deste ano
vai responder pelo primeiro descumprimento de projeções estabelecidas nos entendimentos entre o
governo brasileiro e o FMI.
Segundo dados divulgados ontem, de janeiro a novembro deste
ano as importações brasileiras
(US$ 53,02 bilhões) superaram as
exportações (US$ 47,176 bilhões)
em US$ 5,844 bilhões.
No acordo com o Brasil, o FMI
previu que o saldo negativo no ano
seria de US$ 5 bilhões, com exportações de US$ 53,8 bilhões e importações de US$ 58,8 bilhões.
Ou seja, mesmo sem os números
de dezembro, a projeção das compras no exterior já foi superada.
Para cumprir a previsão de exportação, o país teria de vender mais
de US$ 6,5 bilhões em produtos
para o resto do mundo neste mês,
o que dificilmente ocorrerá.
O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda,
Amaury Bier, voltou a afirmar ontem que os números comerciais
explicitados no acordo não representavam compromissos assumidos pelo governo brasileiro.
"Há metas (no acordo) que dependem das reservas internacionais, as quais sofrem influência tênue da balança comercial, mas
também de várias outras variáveis,
algumas muito mais importantes", disse Bier.
Até o mês passado, entretanto, as
expectativas do próprio governo
para as contas comerciais eram
mais otimistas. O ministro José
Botafogo (Indústria e Comércio)
afirmou que o saldo comercial do
ano deveria ficar entre US$ 5 bilhões e US$ 6 bilhões negativos.
No acordo com o FMI, o Brasil
previu fechar 1998 com reservas de
US$ 38,5 bilhões. No início do ano,
eram de US$ 52,173 bilhões.
²
Números revisados
Em outubro e novembro a balança comercial registrou, respectivamente, déficits de US$ 1,025 bilhão
e US$ 1,007 bilhão. O governo havia anunciado um déficit de US$
472 milhões para outubro, mas os
números foram revisados.
O saldo negativo acumulado de
janeiro a novembro deste ano foi
23,61% inferior ao déficit de US$
7,650 bilhões ocorrido no mesmo
período de 1997, graças à queda
das importações.
As exportações, que deveriam
crescer 10%, caíram 2,64% em
comparação com os US$ 48,456 bilhões exportados no mesmo período do ano passado.
Os produtos cujas vendas mais
caíram foram farelo de soja
(35,1%), alumínio (23,1) e carne de
frango (16,3%). Os países consumidores que apresentaram maior
redução nas compras do Brasil foram os asiáticos (28,38%) e os da
Europa Oriental (2,12%).
As importações de janeiro a novembro sofreram redução de 5,5%
em relação aos US$ 56,106 bilhões
em igual período do ano passado.
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