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MEMÓRIA
Empresário italiano, que transformou a empresa em um dos maiores grupos europeus, sofria de câncer de próstata
Giovanni Agnelli, da Fiat, morre aos 81
DA REDAÇÃO
O italiano Giovanni Agnelli, o
homem que transformou a Fiat
em uma potência global, morreu
ontem, aos 81 anos, em sua casa,
em Turim, norte da Itália, segundo informou a sua família. A causa da morte não foi divulgada.
A morte ocorreu horas antes de
80 membros da família, a mais influente do país, se reunirem para
discutir um plano de refinanciamento para o grupo Fiat, que enfrenta a pior crise de sua centenária história, com dívidas que alcançavam 32,8 bilhões em setembro do ano passado.
A morte de Agnelli, símbolo da
recuperação italiana pós-Segunda
Guerra Mundial e do capitalismo
europeu, foi lamentada pelos
principais políticos italianos.
"Gianni [como ele também era
conhecido] Agnelli era um vencedor entre os empresários italianos
e uma figura emblemática no cenário internacional. Era alguém
que cativava e promovia boas coisas", afirmou o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi.
"Eu me recordo dele como um
protagonista da República italiana. Ele foi um grande empresário,
que soube interpretar com equilíbrio e sabedoria o seu papel, tanto
no plano profissional, como no
político e civil. E ainda um interlocutor precioso na questão trabalhista", disse o ex-primeiro-ministro do país Massimo D'Alema.
Ex-presidente do país, Francesco Cossiga afirmou que "outra
parte da história da Itália desaparece com a morte de Agnelli".
Nos últimos anos, Agnelli, com
câncer de próstata e a saúde cada
vez mais debilitada, começou a se
afastar dos negócios. Em maio
passado, ele não participou, pela
primeira vez em 50 anos, da reunião anual dos acionistas da Fiat,
pois teve que viajar para Nova
York para se tratar da doença.
Porém, mesmo cada vez mais
distante do dia-a-dia, ele ainda
dava a palavra final sobre todas as
decisões estratégicas da Fiat.
Substituto
Umberto Agnelli, 68, irmão de
Giovanni, irá substituí-lo no comando da Giovanni Agnelli & C.,
empresa da família que detém
mais de 30% das ações do grupo
Fiat. Ele já havia sido designado
anteriormente para substituir o
atual presidente do grupo Fiat,
Paolo Fresco, que deve deixar o
cargo nos próximos meses.
Devido justamente à frágil saúde do irmão mais velho, Umberto
inclusive já tomava a frente nas
negociações com banqueiros credores nos últimos anos.
Influência
Giovanni Agnelli nasceu em
1921, em Turim, norte da Itália, e
recebeu o mesmo nome do avô,
que fundara a Fiat em 1899.
Ele começou a trabalhar na diretoria da empresa em 1943. Em
1966, assumiu a presidência do
grupo, permanecendo no cargo
até 1996, quando se afastou e tornou-se presidente honorário.
Sob o seu comando, a Fiat adquiriu outras marcas italianas, como a Lancia, a Maserati, a Alfa
Romeo e a Ferrari, inclusive a divisão da Fórmula 1. Também se
expandiu para outras áreas. O
grupo italiano, que responde por
cerca de 5% do Produto Interno
Bruto italiano, hoje possui atuação na fabricação de tratores, colheitadeiras e máquinas de construção, é dono de veículos de comunicação e tem ainda unidades
financeira e de seguros.
Conhecido como "O Advogado", devido à sua formação, e influente na política italiana, recebeu o título de senador vitalício
em 1991, devido à sua contribuição no desenvolvimento da indústria e da economia do país.
Com "Financial Times" e agências internacionais
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