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ECONOMIA MUNDIAL
Estudo da organização aponta que abertura comercial elevou a diferença entre países ricos e pobres
Globalização aumenta desigualdade, diz ONU
DA REDAÇÃO
A globalização aumentou a diferença entre países ricos e pobres
no mundo, aponta estudo da
ONU (Organização das Nações
Unidas), divulgado ontem, após
dois anos de pesquisas.
O levantamento "A Fair Globalization" ("Uma Globalização Justa") foi realizado em parceria com
a OIT (Organização Internacional
do Trabalho) e conduzido por 26
pessoas, incluindo políticos, economistas, representantes de empresas, sindicatos e da sociedade
civil, além de acadêmicos. Entre
os membros do grupo estavam
Joseph Stiglitz (Nobel de Economia) e a antropóloga Ruth Cardoso, ex-primeira-dama brasileira.
Nas 168 páginas do documento,
os autores reconhecem que os benefícios das aberturas comerciais
são "imensos": "A globalização
propiciou sociedades e economias abertas, assim como maior
liberdade para o intercâmbio de
bens, idéias e conhecimentos".
Como exemplo, cita a China,
que retirou 157 milhões da pobreza desde o início da marcha da
abertura dos mercados globais,
no início dos anos 90. Ao mesmo
tempo, porém, o relatório diz que
a pobreza (quem vive com US$ 1
ou menos por dia) cresceu em
praticamente todo o mundo, notoriamente na América Latina, na
Europa Oriental e na África.
O documento ressalta que o
funcionamento da economia
mundial esconde desequilíbrios
persistentes. "Existe uma inquietação crescente acerca do rumo
que está tomando a globalização.
Suas vantagens estão fora do alcance de muitos, enquanto os riscos de sua aplicação são reais. A
corrupção aumentou. O terrorismo mundial ameaça as sociedades abertas. O futuro dos mercados está cada vez mais incerto. A
governança global está em crise."
Entre os números apresentados
estão os seguintes: 185 milhões de
pessoas estão desempregadas no
planeta (6,2% da força de trabalho), um recorde; a diferença entre países ricos e pobres aumentou desde o começo dos anos 90,
com um grupo minoritário de nações (que representa 14% da população mundial) dominando
metade do comércio mundial. No
começo dos anos 60, a renda per
capita nas nações mais pobres era
de US$ 212, enquanto nos países
mais ricos era de US$ 11.417; em
2002, essas cifras passaram a US$
267 (+26%) e US$ 32.339
(+183,3%), respectivamente.
"Vista pelos olhos da vasta
maioria dos homens e mulheres, a
globalização não atendeu às suas
simples aspirações por empregos
decentes e um futuro melhor para
seus filhos", diz o relatório.
A comissão que preparou o relatório propõe uma série de medidas para melhorar a governança,
tornar mais justo o comércio internacional, promover normas
fundamentais de trabalho e um
nível mínimo de proteção ao trabalhador. Para que as ações saíam
do papel, conclama a participação
de organismos internacionais, como o FMI (Fundo Monetário Internacional) e o Banco Mundial.
No relatório, outras críticas são
contempladas: 1) o comércio
mundial deve reduzir as barreiras
que impedem o acesso de produtos competitivos oriundos de países em desenvolvimento; 2) os Investimentos Diretos Estrangeiros
precisam de nova regulamentação, para que se destinem ao setor
produtivo; 3) o sistema financeiro
internacional deveria prestar um
apoio mais decisivo ao crescimento global sustentado.
Com agências internacionais
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