São Paulo, domingo, 25 de fevereiro de 2007

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Mercado Aberto

guilherme.barros@uol.com.br

CVM aumenta fiscalização do mercado

Na semana passada, um diretor da Sadia e um ex-funcionário do ABN Amro Real concordaram em pagar quantias de US$ 364,43 mil e US$ 135,38 mil à SEC, o órgão regulador de mercado de capitais norte-americano, para se livrarem das acusações de uso de informação privilegiada. Os dois ainda se comprometeram a não atuar no mercado por um período. No Brasil, o processo está em fase de conclusão.
Nos últimos anos, a CVM tem se esforçado para aumentar não só a velocidade no julgamento dos processos de acusações de irregularidades como também na fiscalização do mercado. O presidente da CVM, Marcelo Trindade, diz que o crescimento do mercado de capitais obriga a CVM a ficar mais atenta e mais atuante.
Um dos mecanismos que a CVM tem usado com freqüência e que tem ajudado na conclusão dos processos foi esse adotado pela SEC no caso da Sadia. Os dois indiciados propuseram um acordo, que foi aceito pela SEC, antes de a ação ser julgada. Chama-se celebração de termo de compromisso esse tipo de acordo.
O número de processos e de celebrações de termos de compromisso tem crescido bastante na CVM nos últimos anos, assim como as multas e punições. Em 2006, foram celebrados 28 termos de compromissos, com multas que chegaram a R$ 1 milhão, além de muitas desqualificações e suspensões.
Para agilizar esses processos, a CVM criou, há um ano e três meses, um comitê de termo de compromisso, formado por técnicos da autarquia para acelerar a negociação desses acordos antes de serem analisados pelo colegiado, que tem a palavra final sobre o acordo.
A CVM irá adotar, nos próximos dias, um novo modelo de fiscalização que amplia sua atuação como xerife do mercado. Trata-se de um método de supervisão criado pelo FSA (Financial Services Authority), o órgão regulador do sistema financeiro do Reino Unido, e que já foi copiado por diversos países. Nesse novo modelo, a CVM irá concentrar esforços na fiscalização de setores ou empresas que possam provocar mais danos de imagens ao mercado ou mais prejuízo aos investidores. Assim, o movimento das grandes empresas na Bolsa será mais vigiado do que outras que não têm tanta influência no mercado.

METÁLICO

A Villares Metals inaugura, em 1º de março, um novo equipamento, um laminador acabador, na sua unidade de Sumaré, em São Paulo. A empresa, uma das maiores fornecedoras de aços, ligas e peças de grande porte da América Latina, investiu 50 milhões na nova máquina. O objetivo é elevar sua capacidade de produção de laminados em 40%. O laminador levou 20 meses para ser construído e terá capacidade de 50 mil toneladas por ano de produtos acabados. "Em 2008, a produção deve se aproximar da capacidade total", afirma Franz Struzl, presidente da Villares Metals.

RECORDE
A presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Ramos Coelho, anuncia amanhã, em Brasília, o maior lucro de sua história. O crescimento ocorreu por conta da expansão de 19% nas receitas com operações de crédito, resultado de uma carteira de crédito que atingiu quase R$ 46 bilhões. O valor é 23% superior ao de 2005 e compensou a redução do "spread" médio realizada no ano passado. O lucro de 2005 foi de R$ 2,7 bilhões.

AÇÕES
O HSBC GIF Brazil Equity, maior fundo ativo "offshore" do mundo com investimento em ações brasileiras, atingiu, na semana passada, US$ 1 bilhão. A marca foi alcançada menos de três anos após seu lançamento, ocorrido em agosto de 2004. O HSBC GIF Brasil Equity gerou 195,2% de retorno em dólares.

TECNOLOGIA
A Intel Capital e a Telefônica promovem na terça, em São Paulo, o Intel Capital Technology Day. O evento será realizado pela primeira vez na América Latina.

NAS COSTAS
A marca de malas e mochilas Jansport, que está presente em 51 países, passará a ser comercializada no Brasil. Os produtos serão vendidos em multimarcas.

GRAXA

A Visanet acaba de fechar mais uma parceria inusitada. A empresa credenciou Xu Xaine, engraxate de Alphaville, famoso por atender executivos de grandes empresas. A partir de agora, quem usa os serviços de Xu Xaine poderá pagar com cartões de crédito e débito da Visa, por terminais GPRS. A ação faz parte da estratégia da empresa de entrar em novos segmentos e abordar mercados inexplorados como táxis, feiras livres, escolas e autônomos em geral. "Xu Xaine é como um mascote. Ele representa internamente essa estratégia", diz Eduardo Gouveia, diretor-executivo comercial e de marketing da Visanet.

GELADA
A Kaiser, pelo sétimo mês consecutivo, teve aumento de sua participação de mercado, de 8,7% com relação a janeiro. Desde que a nova estratégia de comunicação da marca foi implementada, a participação da cerveja cresceu mais de 13%. A marca promete trazer mais celebridades em sua campanha.

DE AÇO
A alta das ações da Usiminas nas últimas semanas levou a companhia a atingir valor de mercado acima de US$ 10 bilhões. A tendência de crescimento -que continua, segundo os analistas- veio do setor siderúrgico, que já acumula alta de 17% só neste ano e, em particular, da Usiminas, cujos papéis já tiveram uma valorização de 23,9%. O acumulado do Ibovespa no mesmo período é de 3,1%.

CASINHA
A recém-firmada parceria entre a consultoria internacional Newmark Knight Frank e a brasileira Ximenes vai permitir que alguns brasileiros comprem imóveis de altíssimo padrão em mais de 30 países do mundo. Dentre os imóveis, existe a categoria "casa dos sonhos", em lugares como Quênia, Nova Zelândia e Portugal. As casas, com metragem de 3.000 m2 a 60.000 m2, valem em média US$ 3 milhões.


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