São Paulo, segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

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CVM permite que fundo invista mais no exterior

Limite de 20% é eliminado com as novas normas

DA BLOOMBERG

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM, autoridade que regula o mercado de ações do Brasil) eliminou na semana passada as restrições que impediam os fundos de investimento locais de colocarem mais de um quinto de seus recursos em ativos estrangeiros, permitindo que os brasileiros ampliem a diversificação de seus investimentos e diluam os riscos de suas aplicações.
Desde quarta-feira passada, os fundos de investimentos sediados no Brasil terão permissão para investir mais do que o atual limite de 20% em ativos estrangeiros, disse a CVM em comunicado divulgado em seu site.
Apenas os investidores que têm pelo menos R$ 1 milhão para investir estão qualificados para gozar da nova regra, segundo a CVM.
"A capacidade de investir em ativos diferentes melhora a diversificação dos investimentos e permite que os investidores diluam seus riscos", disse em entrevista por telefone Luis Felipe Lobianco, gerente de credenciamento de investidores institucionais da reguladora brasileira.
"Isso cria uma gama de oportunidades. Os investidores também poderão buscar retornos maiores em outros mercados", afirmou Lobianco.
Os fundos brasileiros tinham R$ 1,13 trilhão sob sua gestão em janeiro passado, o que representa alta de 20% em relação ao mesmo mês de 2007, segundo a Anbid (Associação Nacional dos Bancos de Investimento).
Cerca de 36% dos ativos dos fundos estão investidos em ações.

Oportunidades
"Há muitas oportunidades por aí", disse Marcelo Giufrida, vice-presidente do BNP Paribas Asset Management em São Paulo, que gerencia R$ 27 bilhões em ativos.
"Todo mundo sabe o que está acontecendo na Ásia, no Leste Europeu e na América Latina," completa Giufrida.
A autoridade reguladora do mercado brasileiro anunciou em maio do ano passado que estava planejando remover os limites para os investimentos em valores mobiliários estrangeiros, após os juros brasileiros terem recuado para seu recorde de baixa, limitando os retornos disponíveis aos investidores locais.
O Banco Central fixou a taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, para 11,25% em setembro do ano passado, após ela ter chegado a registrar 19,75% dois anos antes.
"Essa decisão é mais um passo para tornar o setor de fundos brasileiro mais semelhante aos setores de outros países", disse Giufrida.


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