São Paulo, segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Dólar pode girar abaixo de R$ 1,70 nesta semana

Dados dos EUA podem trazer mais instabilidade

DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado financeiro mundial enfrentará mais uma semana de pesada agenda econômica. Os Estados Unidos, com diferentes dados a serem apresentados, podem voltar a incomodar os investidores.
A semana começa com dados do setor imobiliário. O número de vendas de moradias usadas nos EUA em janeiro, que sai hoje, é relevante por mostrar como começou o ano nesse setor. Na quarta-feira, haverá a apresentação da venda de moradias novas em janeiro.
Amanhã, dados da confiança do consumidor americano e do índice que mede o setor manufatureiro, apurado pelo Fed regional de Richmond, vão ser divulgados.
Como o grande temor de analistas e investidores, que tem sacudido o mercado, é o risco de os Estados Unidos enfrentarem recessão, cada dado de atividade econômica tem sido acompanhado de perto.
"Para a semana, novamente esperamos volatilidade. O ânimo dos agentes econômicos na semana deverá ser ditado pela divulgação de balanços corporativos e de índices de inflação locais", avalia a corretora Coinvalores.
A quarta-feira trará também a apresentação do nível de encomendas de bens duráveis e estoques de petróleo nos EUA.
Na semana passada, a divulgação de estoques acima do esperado desagradou os investidores. Isso sinalizou que a demanda pode estar mais fraca que o esperado na maior economia do mundo.
Para esse dia, também é esperado o discurso de Ben Bernanke (presidente do banco central dos EUA) na Câmara.

Dados internos
No Brasil, dados de inflação estão entre os tópicos mais relevantes da semana.
Na quinta-feira, será divulgado o primeiro índice fechado de fevereiro, o IGP-M, medido pela FGV (Fundação Getúlio Vargas). A expectativa é que o indicador recue dos 1,09% de janeiro para algo em torno de 0,50% em fevereiro.
Antes disso, haverá o IPCA-15 de fevereiro, a ser divulgado amanhã pelo IBGE.
O fim do processo de corte da taxa básica Selic, que está em 11,25% anuais, ocorreu devido aos temores de pressão inflacionária. Ou seja, para os juros voltarem a cair no país, é importante que a inflação se apresente comportada e dissipe os temores ainda existentes.
O dólar em níveis baixos, como o atual, colabora para que a inflação não volte a representar um risco grave.
Na semana passada, o dólar chegou a ser negociado abaixo de R$ 1,70. Na sexta-feira, a moeda norte-americana fechou vendida a R$ 1,707, em sua mais baixa cotação desde maio de 1999.
Como ninguém espera que o Banco Central anuncie uma nova forma de atuar no câmbio, para deter a apreciação da moeda brasileira, a expectativa é que o dólar teste novos patamares de baixa nos próximos dias.
"O mercado de dólar foi o que menos sofreu com a volatilidade causada no Brasil pela crise do "subprime" [crédito imobiliário de alto risco nos EUA]. Nos últimos dias, o dólar rompeu um suporte considerado importante pelo mercado, de R$ 1,73, e agora está testando outro, o de R$ 1,70", afirma o analista André Fernandez, da Global Equity.
O dólar já se desvalorizou 3,94% diante do real neste ano. Em 2007, já havia perdido outros 16,85% de seu valor.
Essa queda do dólar tem sido verificada também em outras moedas, além do real. Dentre essas, destaque para as apreciações do dólar australiano e do peso chileno diante da divisa dos EUA.


Texto Anterior: Investidor deve buscar mais informação
Próximo Texto: Dicas Folhainvest
Após valorização, corretora troca ação da CSN pela do Itaú

Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.