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Dólar pode girar abaixo de R$ 1,70 nesta semana
Dados dos EUA podem trazer mais instabilidade
DA REPORTAGEM LOCAL
O mercado financeiro mundial enfrentará mais uma semana de pesada agenda econômica. Os Estados Unidos, com diferentes dados a serem apresentados, podem voltar a incomodar os investidores.
A semana começa com dados
do setor imobiliário. O número
de vendas de moradias usadas
nos EUA em janeiro, que sai
hoje, é relevante por mostrar
como começou o ano nesse setor. Na quarta-feira, haverá a
apresentação da venda de moradias novas em janeiro.
Amanhã, dados da confiança
do consumidor americano e do
índice que mede o setor manufatureiro, apurado pelo Fed regional de Richmond, vão ser divulgados.
Como o grande temor de
analistas e investidores, que
tem sacudido o mercado, é o
risco de os Estados Unidos enfrentarem recessão, cada dado
de atividade econômica tem sido acompanhado de perto.
"Para a semana, novamente
esperamos volatilidade. O ânimo dos agentes econômicos na
semana deverá ser ditado pela
divulgação de balanços corporativos e de índices de inflação
locais", avalia a corretora Coinvalores.
A quarta-feira trará também
a apresentação do nível de encomendas de bens duráveis e
estoques de petróleo nos EUA.
Na semana passada, a divulgação de estoques acima do esperado desagradou os investidores. Isso sinalizou que a demanda pode estar mais fraca
que o esperado na maior economia do mundo.
Para esse dia, também é esperado o discurso de Ben Bernanke (presidente do banco
central dos EUA) na Câmara.
Dados internos
No Brasil, dados de inflação
estão entre os tópicos mais relevantes da semana.
Na quinta-feira, será divulgado o primeiro índice fechado de
fevereiro, o IGP-M, medido pela FGV (Fundação Getúlio Vargas). A expectativa é que o indicador recue dos 1,09% de janeiro para algo em torno de 0,50%
em fevereiro.
Antes disso, haverá o IPCA-15 de fevereiro, a ser divulgado
amanhã pelo IBGE.
O fim do processo de corte da
taxa básica Selic, que está em
11,25% anuais, ocorreu devido
aos temores de pressão inflacionária. Ou seja, para os juros
voltarem a cair no país, é importante que a inflação se apresente comportada e dissipe os
temores ainda existentes.
O dólar em níveis baixos, como o atual, colabora para que a
inflação não volte a representar
um risco grave.
Na semana passada, o dólar
chegou a ser negociado abaixo
de R$ 1,70. Na sexta-feira, a
moeda norte-americana fechou vendida a R$ 1,707, em
sua mais baixa cotação desde
maio de 1999.
Como ninguém espera que o
Banco Central anuncie uma
nova forma de atuar no câmbio,
para deter a apreciação da moeda brasileira, a expectativa é
que o dólar teste novos patamares de baixa nos próximos dias.
"O mercado de dólar foi o que
menos sofreu com a volatilidade causada no Brasil pela crise
do "subprime" [crédito imobiliário de alto risco nos EUA].
Nos últimos dias, o dólar rompeu um suporte considerado
importante pelo mercado, de
R$ 1,73, e agora está testando
outro, o de R$ 1,70", afirma o
analista André Fernandez, da
Global Equity.
O dólar já se desvalorizou
3,94% diante do real neste ano.
Em 2007, já havia perdido outros 16,85% de seu valor.
Essa queda do dólar tem sido
verificada também em outras
moedas, além do real. Dentre
essas, destaque para as apreciações do dólar australiano e do
peso chileno diante da divisa
dos EUA.
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