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Juros ficarão baixos por mais tempo, diz Bernanke
Presidente do Fed afirma que retomada da economia americana permanece hesitante
Dirigente se diz favorável
à criação de uma lei que
obrigue o Fed a divulgar os
nomes das instituições que
usaram ajuda emergencial
DO "NEW YORK TIMES"
Ben Bernanke, o presidente
do Fed (o banco central dos
EUA), sinalizou ontem que não
planeja começar a elevar a taxa
de juros básica no curto prazo,
alegando que a recuperação
econômica continuará hesitante por ainda muitos meses.
"Ainda que seja provável que
a taxa continue excepcionalmente baixa por um período
prolongado, à medida que a expansão amadurecer, o Federal
Reserve precisará em dado momento começar a apertar as
condições monetárias, a fim de
prevenir o desenvolvimento de
pressões inflacionárias", disse
Bernanke em depoimento ao
Congresso dos EUA.
Bernanke previu que a recuperação da economia será lenta. Boa parte da retomada no
crescimento conseguida no final do ano passado, disse ele,
pode ser atribuída à redução de
estoques indesejados de produtos não vendidos, durante a crise, o que levou as companhias a
reforçar sua produção.
"Porque o ímpeto provido
por essa reposição de estoques
é temporário e porque o apoio
fiscal ao crescimento econômico provavelmente se reduzirá
nos meses finais deste ano,
uma recuperação sustentada
depende do crescimento continuado na demanda final do setor privado por bens e serviços", disse o presidente do Fed.
O discurso do dirigente era
esperado com atenção, ainda
mais depois de o Fed, na semana passada, ter aumentado a taxa de redesconto (linha de empréstimo emergencial aos bancos), no que foi interpretado
como um sinal de que a entidade prepara terreno para a alta
da taxa de juros básica -que,
atualmente, está no menor nível histórico.
Embora ele não tenha alterado sua posição quanto aos juros
ou à situação econômica, anunciou dois passos importantes
para melhorar a transparência
e a prestação de contas do Fed,
depois de um período no qual o
banco central norte-americano
sofreu consideráveis críticas.
Bernanke declarou que o Fed
"apoiaria um projeto de lei que
requereria a divulgação" dos
beneficiários dos programas de
empréstimo extraordinário
que a instituição criou em 2008
a fim de escorar os mercados de
"commercial papers", os fundos de mercado monetário e o
crédito ao consumidor.
"Embora as linhas de emergência de crédito e liquidez sejam ferramentas importantes
de implementação de política
monetária durante uma crise,
compreendemos que a natureza incomum dessas linhas de
crédito crie a obrigação especial de garantir aos olhos do
Congresso e do público a integridade dessas operações."
Ele disse que a divulgação
não ocorreria antes de um "intervalo suficientemente longo", para evitar criar a impressão de que o beneficiário ainda
sofre problemas financeiros,
solapar a confiança do mercado
ou desencorajar futuros empréstimos. Bernanke também
anunciou que apoiaria a realização de auditorias para avaliar
como os programas de empréstimos foram conduzidos.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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