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FISCALIZAÇÃO/OUTRO LADO
Diretor da Abrapp fala em erro de código do recolhimento e diz que relação com Receita é boa
Fundos acham difícil IR retido não ter sido recolhido
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O diretor de Relações Institucionais da Abrapp (Associação
Brasileira das Entidades Fechadas
de Previdência Complementar),
Antônio Cruz, afirma achar "muito difícil" terem ocorrido irregularidades no recolhimento de Imposto de Renda Retido na Fonte
dos fundos de pensão.
"Pode ser erro de código, porque a Receita vive trocando de códigos. Não vejo esse tipo de irregularidade nos fundos de pensão,
pois não beneficiaria ninguém",
declarou o diretor. Ele acrescenta
que Receita e Abrapp poderiam
ter uma posição pró-ativa e se
reunirem para definir conceitos.
Para o diretor, Receita e Abrapp
têm uma relação muito boa atualmente. "Há dez anos, era uma relação de gato e rato. Mas, depois
que foram resolvidas algumas
questões, a relação é muito boa. Se
há algum problema, estamos dispostos a resolver", disse Cruz.
Ele afirmou que tomou conhecimento pela imprensa de que a
Receita estabeleceu como uma de
suas prioridades na fiscalização
deste ano os fundos de pensão.
Ele disse, porém, desconhecer as
autuações emitidas no ano passado para as 18 instituições.
O governo pretende reforçar o
intercâmbio de informações entre
a Receita Federal e a SPC (Secretaria de Previdência Complementar) -órgão responsável pela regulação e fiscalização dos fundos
de pensão- para aumentar o
controle sobre a evasão e sonegação fiscal do setor.
"Desejamos estreitar o intercâmbio de informações. Hoje, já
existe a troca de informações, mas
em situações pontuais", afirma o
secretário-adjunto da Receita Federal Paulo Ricardo de Souza.
Segundo ele, a Receita, ao auditar os fundos, olha apenas para o
aspecto tributário das entidades.
Mas a SPC, quando fiscaliza as entidades, tem um enfoque mais
amplo e pode detectar eventuais
irregularidades no recolhimento
de tributos. "Se o fundo não fez
provisões para pagamento de impostos lá na frente ou não recolheu determinados tributos, a
SPC pode detectar", diz Souza.
O secretário-adjunto destaca
ainda que, por mais que a fiscalização verifique irregularidades e
os fundos deixem de cometer tais
ilegalidades, "o mercado é muito
criativo". "Às vezes identificamos
um viés de evasão tributária e o
mercado se corrige naquele viés.
Daqui a pouco tem outra janela."
Mesmo nos casos de autuações
pela Receita, as entidades, na
maioria das vezes, buscam caminhos para escapar da punição. O
secretário-adjunto relata que
grande parte das instituições recorre administrativamente das
decisões, pois os valores cobrados
são "significativos". Além disso,
ressalta Souza, a estratégia do recurso é uma tentativa de justificar
para os participantes dos fundos
que os administradores não cometeram atos ilegais.
"E aí depois o tempo acaba diluindo essa informação para o
participante, pois o processo leva
de um ano a três anos. Mas temos
tido resultados positivos nesses
recursos tanto em âmbito administrativo quanto judicial. A legislação é muito pontual e precisa
para cada caso. Não existe muita
margem para distorcer um entendimento", afirma o secretário-adjunto.
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