DA REDAÇÃO

Gerar energia usando o gás do lixo é a meta final do projeto Novagerar, em Nova Iguaçu (RJ), primeiro da categoria associado ao Protocolo de Kyoto registrado no mundo.
Mas esse objetivo ainda não foi alcançado. Em funcionamento desde 2004, o Novagerar hoje transforma o gás metano gerado no processo de compostagem do lixo orgânico em gás carbônico.
Esse processo, apesar de gerar um gás que piora o efeito estufa, é benéfico para a atmosfera, pois o metano é até 22 vezes mais agressivo do que o CO2. Portanto, a transformação do gás metano em carbono é uma redução de emissão de gás de efeito estufa e gera créditos de carbono.
O Banco Mundial financiou o projeto e terá como pagamento 2,5 milhões de toneladas de CO2 equivalente, segundo Werner Kornexl, coordenador da área de MDL para o Brasil do Banco Mundial, que serão repassados ao governo da Holanda.
"Nós queríamos implantar um projeto que fosse modelo no mundo para o setor de resíduos sólidos", afirmou Kornexl, sobre a parceria com o grupo S.A. Paulista, responsável pelo programa.
Segundo Artur Cesar de Oliveira, diretor de Meio Ambiente do grupo Paulista, para gerar energia a partir do metano, é necessário processar acima de 3.000 m3 de material orgânico por hora. Hoje, o volume é de 2.000 m3. "Esperamos começar [a gerar energia a partir do metano] em 2008."
De acordo com ele, a empresa recebe lixo de Nova Iguaçu e de grandes clientes, como restaurantes e hotéis.
Além de reduzir as emissões de gás metano, o projeto Novagerar envolveu um aspecto social: capacitou os catadores de lixo que viviam das sobras do antigo lixão de Marambaia, área que foi recuperada com a instalação do aterro, e parte deles foi empregada dentro do próprio empreendimento.

Visita internacional
Nesta semana, a vice-presidente do Banco Mundial para América Latina e Caribe, Pamela Cox, vai visitar o projeto Novagerar. Será a primeira vez em que um alto executivo do banco virá ao Brasil para ver esse projeto. (FSa)


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