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Após euforia, Bolsas caem puxadas pelo setor bancário
Bovespa encerra em baixa de 2,27%; NY recua 1,5%
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A euforia com o pacote financeiro americano não durou
muito. As Bolsas ajustaram-se
ontem, após as valorizações expressivas de segunda-feira, e
terminaram o dia em queda.
Para a Bovespa, o pregão de ontem resultou em baixa de
2,27%. Em Nova York, o índice
de ações Dow Jones terminou
com recuo de 1,49%.
O dólar recuou 0,13%, para
R$ 2,243.
A Bovespa teve na segunda-feira seu segundo melhor pregão do ano, ao subir 5,89%. O
Dow Jones saltou 6,84% no dia.
Analistas previam anteontem que ainda era precipitado
afirmar que a crise estava se
dissipando. Os investidores se
animaram com o detalhamento
das medidas destinadas a elevar a demanda por "ativos tóxicos" americanos. Todavia ainda
falta muito para que as medidas
sejam implementadas e surtam
efeitos concretos.
Os papéis das instituições financeiras, que dispararam e
impulsionaram as Bolsas na segunda, devolveram parte de
seus ganhos ontem. Na Bolsa
brasileira, as ações UNT do
Unibanco puxaram as perdas
no setor, com queda de 5,03%.
Logo atrás apareceram Itaú
PN, com recuo de 3,58%, Banco
do Brasil ON (-2,67%) e Bradesco PN (-2,12%).
O mesmo ocorreu em Wall
Street. Os líderes de ganhos de
anteontem fecharam com baixas expressivas: as ações do
JPMorgan Chase recuaram
8,59%, e Bank of America perdeu 7,31%.
Em Londres, o movimento
foi similar: as ações do HSBC
caíram 6,34%, e as do LLoyds
perderam 5,69%. Para a Bolsa
londrina, o resultado foi uma
queda de 1,05%.
Na opinião de Pedro Paulo
Silveira, economista-chefe da
Gradual Corretora, o plano
anunciado Tesouro norte-americano "é extremamente verossímil, com o Estado arcando
com parte significativa do risco". Mas persiste a pergunta:
"Vai funcionar?". "Os desdobramentos desse plano ainda
serão sentidos, e é cedo para tecer maiores comentários", diz.
Além do segmento bancário,
as ações de Petrobras e Vale,
responsáveis por quase 40% do
total negociado no pregão, encerraram no vermelho. Nesse
cenário, a Bovespa operou em
baixa durante todo o dia, encerrando na mínima de ontem, aos
41.475 pontos.
Os ganhos do índice Ibovespa -principal referência do
mercado de ações doméstico-
no mês ainda são expressivos,
de 8,62%. Se março acabasse
agora, seria o melhor mês da
Bolsa desde abril de 2008.
No topo das altas ontem, apareceram as ações da Sadia, que
ganharam 5,84%, embaladas
ainda por rumores de que negocia uma fusão ou venda para
outras companhias. Já Perdigão ON liderou as perdas, com
recuo de 6,79%, após os prejuízos anunciados pela empresa
em 2008.
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