São Paulo, quarta-feira, 25 de março de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Após euforia, Bolsas caem puxadas pelo setor bancário

Bovespa encerra em baixa de 2,27%; NY recua 1,5%

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A euforia com o pacote financeiro americano não durou muito. As Bolsas ajustaram-se ontem, após as valorizações expressivas de segunda-feira, e terminaram o dia em queda. Para a Bovespa, o pregão de ontem resultou em baixa de 2,27%. Em Nova York, o índice de ações Dow Jones terminou com recuo de 1,49%.
O dólar recuou 0,13%, para R$ 2,243.
A Bovespa teve na segunda-feira seu segundo melhor pregão do ano, ao subir 5,89%. O Dow Jones saltou 6,84% no dia.
Analistas previam anteontem que ainda era precipitado afirmar que a crise estava se dissipando. Os investidores se animaram com o detalhamento das medidas destinadas a elevar a demanda por "ativos tóxicos" americanos. Todavia ainda falta muito para que as medidas sejam implementadas e surtam efeitos concretos.
Os papéis das instituições financeiras, que dispararam e impulsionaram as Bolsas na segunda, devolveram parte de seus ganhos ontem. Na Bolsa brasileira, as ações UNT do Unibanco puxaram as perdas no setor, com queda de 5,03%. Logo atrás apareceram Itaú PN, com recuo de 3,58%, Banco do Brasil ON (-2,67%) e Bradesco PN (-2,12%).
O mesmo ocorreu em Wall Street. Os líderes de ganhos de anteontem fecharam com baixas expressivas: as ações do JPMorgan Chase recuaram 8,59%, e Bank of America perdeu 7,31%.
Em Londres, o movimento foi similar: as ações do HSBC caíram 6,34%, e as do LLoyds perderam 5,69%. Para a Bolsa londrina, o resultado foi uma queda de 1,05%.
Na opinião de Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da Gradual Corretora, o plano anunciado Tesouro norte-americano "é extremamente verossímil, com o Estado arcando com parte significativa do risco". Mas persiste a pergunta: "Vai funcionar?". "Os desdobramentos desse plano ainda serão sentidos, e é cedo para tecer maiores comentários", diz.
Além do segmento bancário, as ações de Petrobras e Vale, responsáveis por quase 40% do total negociado no pregão, encerraram no vermelho. Nesse cenário, a Bovespa operou em baixa durante todo o dia, encerrando na mínima de ontem, aos 41.475 pontos.
Os ganhos do índice Ibovespa -principal referência do mercado de ações doméstico- no mês ainda são expressivos, de 8,62%. Se março acabasse agora, seria o melhor mês da Bolsa desde abril de 2008.
No topo das altas ontem, apareceram as ações da Sadia, que ganharam 5,84%, embaladas ainda por rumores de que negocia uma fusão ou venda para outras companhias. Já Perdigão ON liderou as perdas, com recuo de 6,79%, após os prejuízos anunciados pela empresa em 2008.


Texto Anterior: Papel e celulose: Suzano registra prejuízo de R$ 451 mi
Próximo Texto: Cartões: Citi levanta R$ 2,21 bilhões com Redecard
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.