São Paulo, quinta-feira, 25 de março de 2010

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Portugal afeta Bolsas; dólar sobe para R$ 1,80

Bovespa recua 0,68%; leilão de títulos nos EUA também pesa

TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

EPAMINONDAS NETO
DA FOLHA ONLINE

Os mercado globais tiveram ontem mais um dia de pessimismo, dessa vez motivado pelo rebaixamento da avaliação de risco de Portugal pela agência Fitch, que "materializou" as dúvidas quanto às condições de financiamento dos países no sul do continente europeu.
No caso, o rebaixamento torna menos atraentes os títulos portugueses, que têm, consequentemente, elevado o prêmio de risco pago na rolagem da dívida. Isso arrasta também os papéis de outras nações com avaliação semelhante.
O rebaixamento de Portugal aconteceu no dia em que o Tesouro dos EUA fazia um leilão gigante de US$ 42 bilhões em títulos de cinco anos, que teve uma demanda considerada fraca. Para vender os papéis, o governo americano aceitou pagar taxa de 2,605% -o mercado esperava de 2,556%.
No mercado de títulos, os papéis de cinco anos do Tesouro dos EUA foram negociados com juros de 2,58% -alta de 0,16 ponto percentual em relação ao dia anterior. Foi o maior aumento de juros em apenas um dia desde agosto de 2009.
A elevação geral nas taxas do mercado de títulos retira recursos de aplicações de maior risco, como ações, commodities e moedas emergentes.
No Brasil, o dólar comercial voltou a passar de R$ 1,80, terminando a sessão a R$ 1,802, com avanço de 1,29%.
"O rebaixamento de Portugal mexe com os mercados de títulos e isso acaba refletindo nas Bolsas. Diria que foi uma notícia um tanto morna; teve mais impacto pela manhã. Alguns países tiveram recuperação depois", disse Alvaro Bandeira, diretor da corretora Ágora.
O rebaixamento de Portugal interrompeu ainda uma sequência de dez altas em 11 dias das Bolsas dos EUA. A Bolsa de Nova York encerrou ontem com baixa de 0,48% no índice Dow Jones, das 30 maiores empresas americanas. A Nasdaq teve baixa de 0,68%.
No Brasil, a Bolsa recuou após dois dias de recuperação. O Ibovespa, principal índice de ações do país, caiu 0,68% e voltou a marcar 68.913 pontos.
As ações da Petrobras estiveram entre os poucos papéis que escaparam da derrocada generalizada. A ação preferencial (sem voto) subiu 0,58%, enquanto a ordinária (com voto) teve ganho de 1,35%. O presidente da estatal, José Sergio Gabrielli, afirmou que a capitalização deve acontecer ainda neste ano e que é fundamental para o plano de investimentos de US$ 220 bilhões até 2014. "Esse papel está patinando há meses porque há uma indefinição grande sobre a capitalização. O mercado está mais seletivo com os lançamentos de ações", disse Edison Marcellino, da corretora Finabank.


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