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Portugal afeta Bolsas; dólar sobe para R$ 1,80
Bovespa recua 0,68%; leilão de
títulos nos EUA também pesa
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
EPAMINONDAS NETO
DA FOLHA ONLINE
Os mercado globais tiveram
ontem mais um dia de pessimismo, dessa vez motivado pelo rebaixamento da avaliação
de risco de Portugal pela agência Fitch, que "materializou" as
dúvidas quanto às condições de
financiamento dos países no
sul do continente europeu.
No caso, o rebaixamento torna menos atraentes os títulos
portugueses, que têm, consequentemente, elevado o prêmio de risco pago na rolagem
da dívida. Isso arrasta também
os papéis de outras nações com
avaliação semelhante.
O rebaixamento de Portugal
aconteceu no dia em que o Tesouro dos EUA fazia um leilão
gigante de US$ 42 bilhões em
títulos de cinco anos, que teve
uma demanda considerada fraca. Para vender os papéis, o governo americano aceitou pagar
taxa de 2,605% -o mercado esperava de 2,556%.
No mercado de títulos, os papéis de cinco anos do Tesouro
dos EUA foram negociados
com juros de 2,58% -alta de
0,16 ponto percentual em relação ao dia anterior. Foi o maior
aumento de juros em apenas
um dia desde agosto de 2009.
A elevação geral nas taxas do
mercado de títulos retira recursos de aplicações de maior risco, como ações, commodities e
moedas emergentes.
No Brasil, o dólar comercial
voltou a passar de R$ 1,80, terminando a sessão a R$ 1,802,
com avanço de 1,29%.
"O rebaixamento de Portugal
mexe com os mercados de títulos e isso acaba refletindo nas
Bolsas. Diria que foi uma notícia um tanto morna; teve mais
impacto pela manhã. Alguns
países tiveram recuperação depois", disse Alvaro Bandeira,
diretor da corretora Ágora.
O rebaixamento de Portugal
interrompeu ainda uma sequência de dez altas em 11 dias
das Bolsas dos EUA. A Bolsa de
Nova York encerrou ontem
com baixa de 0,48% no índice
Dow Jones, das 30 maiores empresas americanas. A Nasdaq
teve baixa de 0,68%.
No Brasil, a Bolsa recuou
após dois dias de recuperação.
O Ibovespa, principal índice de
ações do país, caiu 0,68% e voltou a marcar 68.913 pontos.
As ações da Petrobras estiveram entre os poucos papéis que
escaparam da derrocada generalizada. A ação preferencial
(sem voto) subiu 0,58%, enquanto a ordinária (com voto)
teve ganho de 1,35%. O presidente da estatal, José Sergio
Gabrielli, afirmou que a capitalização deve acontecer ainda
neste ano e que é fundamental
para o plano de investimentos
de US$ 220 bilhões até 2014.
"Esse papel está patinando há
meses porque há uma indefinição grande sobre a capitalização. O mercado está mais seletivo com os lançamentos de
ações", disse Edison Marcellino, da corretora Finabank.
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