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ECONOMIA BOMBARDEADA
Sars e ansiedade com guerra travam crescimento, afirma organização; Brasil retoma confiança
Mundo terá recuperação lenta, diz OCDE
DA REDAÇÃO
A economia mundial deverá
passar por uma lenta recuperação, agora que os conflitos no Iraque chegaram ao fim. Mas, segundo a OCDE (Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento
Econômico), há vários fatores que
impedem uma plena retomada,
como a pneumonia asiática e a
má gestão econômica.
Ainda de acordo com o relatório semestral da entidade sobre as
perspectivas mundiais, o Brasil
tem conseguido restabelecer a
confiança internacional, depois
da apreensão do ano passado.
Mas o país precisa levar adiante as
reformas estruturais, se quiser
crescer de maneira sustentável.
"Preocupações com o preço do
petróleo, ansiedade diante da
guerra, medo de terrorismo e epidemias, perda da confiança na
gestão internacional... A lista dos
chamados fatores geopolíticos e
psicológicos é extensa", disse
Jean-Philippe Cotis, economista-chefe da OCDE, sobre a instabilidade econômica mundial.
Para a organização, a economia
mundial crescerá apenas 1,9%
neste ano. Taxas abaixo de 2%
costumam indicar a ocorrência
de uma recessão global.
A estimativa de crescimento para os 30 membros da OCDE foi rebaixada de 2,2%, em dezembro,
para 1,9%. Para a zona do euro, a
previsão foi cortada acentuadamente, de 1,8% para 1%.
Segundo o relatório, os países
ricos não podem continuar com
desempenhos econômicos tão desiguais, como ocorre hoje. Países
como EUA, Canadá e Austrália
têm economias muito mais dinâmicas do que Japão, Alemanha e a
zona do euro de uma maneira geral. A entidade defende a realização de reformas e o aperfeiçoamento das políticas econômicas.
Em um aspecto positivo, a OCDE destaca que diminuíram os
riscos de uma elevação persistente nas cotações do petróleo. Para a
entidade, o preço médio do barril
ficará em torno de US$ 25, próximo dos níveis atuais.
América Latina
A América Latina deve começar
a crescer de maneira mais acelerada neste ano, impulsionada pelo
México e pelo Brasil, de acordo
com a OCDE.
Para a organização, o Brasil passa por uma recuperação, depois
da crise de desconfiança que o
atingiu durante o período eleitoral do ano passado. Na estimativa
da OCDE, o país crescerá 2% neste ano e 3% em 2004.
"A tranquila transição de governo, o compromisso da nova gestão de perseguir uma atitude monetária prudente e a austeridade
fiscal restabeleceram a confiança", diz o relatório.
Ainda segundo a organização,
as reformas tributária e previdenciária são essenciais para a queda
dos juros e para a atração de investimentos estrangeiros.
"O investimento no aumento da
capacidade produtiva é contido
pelas altas taxas de juros e crédito
internacional limitado", destaca a
OCDE. "A agenda de reformas
permitirá que o câmbio se estabilize, que as pressões inflacionárias
diminuam e que a taxa de juros
doméstica caia."
A OCDE prevê que a economia
do México irá se recuperar em
2003 e 2004, mas diz que o país
provavelmente não alcançará as
taxas de 5% observadas na década
passada.
"A economia [do país" está enfrentando uma recuperação fraca,
apoiada em exportações maiores
para os Estados Unidos", afirma o
relatório. Os EUA são o principal
parceiro comercial do país
-compram cerca de 90% das exportações mexicanas.
Com agências internacionais
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