São Paulo, sexta-feira, 25 de abril de 2008

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

OI deve assinar hoje a compra da BrT

Depois de cinco meses de negociações e muitas idas e vindas, está tudo certo para ser assinada hoje a compra da Brasil Telecom pela OI. Toda a papelada já está pronta para ser assinada durante todo o dia de hoje na sede da Oi, no Rio. O fato relevante será enviado à CVM assim que o último documento for assinado.
A nova empresa será controlada pelos empresários Sérgio Andrade, da Andrade Gutierrez, e Carlos Jereissati, do grupo Jereissati Participações (ex-La Fonte), e se tornará um dos maiores grupos do país, com um faturamento de R$ 33 bilhões ao ano e 83 mil funcionários. Os dois irão deter 50,51%.
Os outros sócios são: BNDES, Previ, Petros e Funcef. O BNDES terá direito de preferência de compra das ações, no caso de algum dos sócios decidir vender suas participações. O objetivo é evitar que os novos controladores vendam a companhia para uma empresa estrangeira.
A Oi deve desembolsar R$ 4,8 bilhões para a compra da BrT. Ao mesmo tempo, Andrade e Jereissati também devem assinar hoje a compra de seus sócios -GP, fundos de pensão, BNDES e Opportunity- na Telemar Participações, a controladora da Oi, por cerca de R$ 2 bilhões. O BNDES deve conceder um financiamento de R$ 600 milhões a cada um dos dois empresários.
O presidente da nova companhia será mesmo Luiz Eduardo Falco. Convidado a permanecer na empresa, Ricardo Knoepfelmacher, presidente da Brasil Telecom, já informou aos controladores da nova empresa que só fica até a Anatel aprovar a operação. Ele decidiu voltar para a Angra Partners.
O negócio irá selar também o fim de uma das maiores disputas empresariais da história do país envolvendo o Citigroup, os fundos de pensão e o Opportunity, de Daniel Dantas.
O Conselho de Administração da Telemar Participações será presidido por Octávio Azevedo, da Andrade Gutierrez e braço direito de Sérgio Andrade. O representante da Jereissati Participações será Pedro Jereissatti, filho de Carlos Jereissati. Octávio e Pedro acompanharam todos os passos da negociação. Outra personagem importante foi Luciano Coutinho, presidente do BNDES, que foi quem coordenou o negócio por parte do governo.
A participação do governo foi fundamental para a realização do negócio. O pontapé inicial foi dado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando defendeu a criação de uma empresa forte nacional depois de a Telefônica ter manifestado a intenção de incorporar a TIM.
Dilma Rousseff (Casa Civil) articulou a operação, mas exigiu de Sérgio Andrade e Carlos Jereissati que dobrassem o investimento que fizeram na privatização, com o que eles concordaram. Em 1998, na privatização, cada um deles investiu US$ 350 milhões.
A nova companhia não prevê demissões em massa. Deverão ser cortados cerca de 400 a 500 funcionários, que possuem cargos duplicados. A empresa quer chegar ao fim do ano com 100 mil empregados.

Em SP, 42% das empresas não cumprem cota para deficiente

No Estado de São Paulo, 42% das empresas que são obrigadas a contratar funcionários com deficiência pela Lei de Cotas não cumprem o decreto federal, que foi aprovado em 1991. De acordo com a norma, 9.842 empresas paulistas devem ter de 2% a 5% das vagas preenchidas por deficientes.
As estatísticas são da Delegacia Regional do Trabalho de SP e serão apresentadas hoje pelo Instituto Paradigma, entidade do terceiro setor que defende a inclusão por meio do trabalho e da educação, em palestra na feira Reatech, em São Paulo.
O último dado disponível aponta que, em 2007, 73.760 trabalhadores com deficiência atuavam em 5.743 empresas no Estado. O número de contratados representa crescimento de 121% em relação a 2006 e avanço de 206% ante 2005, quando 4.000 empresas obedeciam à Lei de Cotas em São Paulo. Em 2001, havia só 601 pessoas com deficiência em 12 empresas.
O Instituto Paradigma afirma que as empresas têm dificuldade para preencher o número de vagas porque falta qualificação. O instituto diz que, em 2006, dos 4,45 milhões de estudantes universitários no país, 12 mil tinham algum tipo de deficiência- 0,27% do total.
"No primeiro momento, contratava-se para preencher a cota. Agora, as empresas investem na qualificação e na longevidade do profissional", diz Caio Cabral, coordenador de qualificação do instituto.

NOVE MESES

O projeto "Pasta do Professor", da Associação Brasileira de Direitos Reprográficos, lançado em agosto, atingiu 1.700 títulos no acervo, contra 1.000 no fim de 2007. O projeto se assemelha às pastas com cópias de textos que os professores universitários deixavam em copiadoras. No "Pasta do Professor", os textos são escolhidos por professores em um site e impressos em pontos-de-venda nas universidades. Os direitos autorais são respeitados em todas as impressões. Segundo Bruno De Carli, coordenador do projeto, PUC-MG e FEA/USP, entre outras, começaram a aderir ao projeto. Para proteger as editoras, a Bartori, especializada em segurança da informação, fez um sistema que impede cópias ilegais.

AUDITÓRIO
No dia 29, a 3M inaugura em São José do Rio Preto a nova fábrica da Abzil, fabricante de produtos ortodônticos, adquirida pela companhia em 2007. Com investimento de R$ 14 milhões, a nova instalação da Abzil terá auditório para 300 pessoas.

SUSTENTÁVEL:
BRASIL É O 3º EM PROJETOS DE DESENVOLVIMENTO LIMPO NO MUNDO
O Brasil é o terceiro entre os países que têm projetos de MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo), diz a Comissão Interministerial de Mudança do Clima. Segundo o secretário-executivo da comissão, José Domingos Miguez, o Brasil tem 280 projetos -9% das iniciativas no mundo. Os dados foram apresentados em simpósio sobre o tema, realizado pela Fundação Coge, que termina hoje em Florianópolis.

FARMÁCIA
A farmacêutica Genzyme deve investir US$ 7 milhões em pesquisa clínica na América Latina até o final do ano. Uma das ações será o investimento em um remédio para a doença de Chagas, resultado de uma parceria com a Fiocruz.


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