DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL

Ao comentar a ata da reunião do Copom, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, elogiou ontem a atuação do Banco Central em sua decisão de elevar os juros em 0,5 ponto percentual. Segundo ele, o BC está "apontando corretamente" o comportamento da inflação por conta da alta no preço do alimentos e "já tomou as providências" necessárias.
"Esse fenômeno que o Banco Central está apontando está acontecendo no mundo inteiro, particularmente nas commodities e principalmente nos alimentos. Aumentou o consumo, houve alguma frustração na produção e isso de fato está acontecendo, não tem como negar", declarou Bernardo ao deixar o Ministério da Fazenda. Ele afirmou que espera que a elevação de 0,5 ponto seja suficiente para conter a alta da inflação.
Reunidos em seminário sobre perspectivas para a economia brasileira realizado em São Paulo, os economistas Gustavo Loyola, Mailson da Nóbrega e Octavio de Barros também disseram que o Copom agiu certo. "A inflação vem do aumento dos preços dos alimentos. Porém, ao aumentar a taxa, a autoridade monetária impede que haja uma contaminação de outros setores. Está inibindo repasses no momento em que existe uma propensão [dos empresários] a fazer reajustes", comentou Barros, diretor de pesquisas e estudos econômicos do Bradesco.
Eles esperam que o ciclo de ajustes seja curto e que, ao final deste ano, a Selic esteja entre 1 ponto percentual e 1,5 ponto acima do atual nível. "Por isso, o seu efeito sobre o crescimento será pequeno", acredita Loyola, ex-presidente do Banco Central.


Texto Anterior: Cenário futuro pior: Inflação e juro reduzem confiança do consumidor
Próximo Texto: Dívida pública cresce em março e deve inflar com Selic mais alta
Índice