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Governo quer limite e contrapartida para fusões de teles
Ministério das Comunicações avalia que as grandes empresas detentoras de infra-estrutura devem compartilhar suas redes
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Depois de enviar à Anatel
(Agência Nacional de Telecomunicações) documento em
que pede o fim das restrições
legais à compra de uma concessionária de telefonia fixa pela
outra (mudança que permitiria
a compra da Brasil Telecom pela Oi), o Ministério das Comunicações fala agora da necessidade de restrições a esse tipo de
operação.
O governo federal expressou
sua opinião no documento que
acompanha consulta pública
sobre a atualização das políticas públicas em telecomunicações. "Devem também ser estabelecidos claros limites ou contrapartidas aos processos de fusões e aquisições entre as atuais
prestadoras", argumenta o ministério. "Tais limites são necessários para possibilitar a
existência de condições favoráveis à atuação de competidores
no mercado", conclui.
O governo não especifica que
limites ou contrapartidas seriam, mas dá um sinal. Avalia
que as grandes empresas detentoras da infra-estrutura devem compartilhar suas redes,
para favorecer o surgimento de
prestadoras de pequeno e médio porte.
No documento, o governo reconhece que o atual marco legal
está velho, que telefonia fixa é
um serviço estagnado e que celular é caro e, por isso, apesar de
muito difundido, é pouco usado. "O modelo precisa de atualização. O tradicional serviço de
voz (...) já entrou em curva de
declínio", avalia o governo. "Na
telefonia móvel, ainda se verifica que os serviços têm preços
que levam a um baixo índice de
utilização individual."
De acordo com o ministério,
o processo de universalização
da telefonia fixa foi insuficiente: há 39,3 milhões de linhas em
serviço, o que corresponde a
cerca de 20 linhas para cada
100 habitantes. No caso dos celulares, há 121 milhões de linhas, o que dá 63 para cada 100
habitantes, com tendência de
crescimento.
Para o ministério, o acesso à
internet em alta velocidade vai
substituir a universalização da
telefonia fixa (voz) como principal objetivo da política pública para o setor. "Apesar de sua
importância, o serviço de voz
não pode ser mais o único fio
condutor da política brasileira
de telecomunicações. O eixo
para os próximos dez anos tem
que ser o acesso em banda larga, sobre o qual são oferecidos,
de forma convergente, serviços
de voz, dados e vídeo."
Ainda segundo o ministério,
o papel do Estado no fornecimento de acesso à internet com
banda larga é oferecer serviços
gratuitos em instituições públicas e locais de acesso coletivo.
"Acesso individuais devem ser
providos de forma privada, em
bases comerciais adequadamente reguladas pelo Estado."
Junto com o texto, o Ministério das Comunicações formulou 21 perguntas sobre o setor
"como estímulo ao debate". O
texto e as perguntas está disponíveis em www.mc.gov.br.
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