São Paulo, sábado, 25 de maio de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

O VAIVÉM DAS COMMODITIES

Troca de líder
Após reinar absoluto na produção mundial de álcool nas últimas décadas, o Brasil poderá perder o posto nos próximos anos se não reagir a tempo. O novo candidato a assumir a liderança mundial na produção serão os Estados Unidos.

Parou no tempo
Enquanto a produção brasileira parou no tempo, e está por volta de 11,5 bilhões de litros por ano, a dos EUA apresenta ritmo de crescimento contínuo mês a mês. Neste ano, os produtores norte-americanos deverão colocar 8,3 bilhões de litros no mercado.

Capacidade instalada
Segundo a RFA (Renewable Fuels Association), a capacidade instalada norte-americana já é de 8,9 bilhões de litros por ano. Os EUA já têm 61 plantas de produção de álcool instaladas e outras 14 estão em construção. No mês passado, a produção diária aumentou para 127 mil barris, 19% a mais do que em abril de 2001.

Perda de mercado
O Brasil provavelmente perderá a liderança de produção na hora errada. Vários países da Ásia, assim como outros da Europa, desenvolvem programas de utilização do álcool como combustível. A demanda mundial pelo produto deverá crescer. Os EUA poderão assumir o posto de maior exportador para esses países.

Quem entra no cenário
Vários países desenvolvem programas de substituição de derivados de petróleo por álcool. Na América Latina, México, Colômbia e Argentina já têm programas específicos. Já na Ásia, China, Japão, Tailândia e Índia também começam o processo de substituição.

Ferrugem amarela
A Epamig (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas) e a Universidade Federal de Viçosa colocam no mercado uma nova variedade de cultivar de café resistente à ferrugem amarela. Denominada de Paraíso, essa nova cultivar está sendo desenvolvida desde 1974.

Ganhos na produção
Nos cálculos dos técnicos da Epamig, essa nova variedade de café pode representar aumento de produção de 5 milhões de sacas, com rendimento de US$ 250 milhões. Os cafeeiros alcançam produtividade média de 37,4 sacas por hectare no espaçamento de 3,5 m por 1,0 m.

Importações maiores
As estatísticas do governo argentino indicam que até ontem o Brasil já assumiu o compromisso de compra de 4,8 milhões de toneladas de trigo nesta safra. O volume supera em 12% o do mesmo período de 2001. Os compromissos de exportação dos argentinos já somam 9,2 milhões de toneladas neste ano.

Novilhos precoces
A Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Unesp desenvolveu um programa de novilhos precoces, que podem ser abatidos de 12 a 14 meses, para atender à demanda de importadores europeus. A gordura de cobertura da carcaça é de 3 mm, outra exigência européia.

Monitoramento de gordura
Antônio Carlos Silveira, coordenador do programa na Unesp, diz que além de encurtar o ciclo de produção, essa tecnologia permite monitorar a gordura de cobertura dos animais.

e-mail: mzafalon@folhasp.com.br



Texto Anterior: Mercado financeiro: Dólar termina semana com alta de 1,77%
Próximo Texto: Riqueza americana: Crescimento dos EUA é revisado para baixo
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.