São Paulo, terça-feira, 25 de maio de 2004

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DIAS DE TENSÃO

Barril tem valorização de 4,48%, a maior desde fevereiro; Arábia Saudita nega que haja racha na Opep

Petróleo atinge recorde de US$ 41,72 em NY

DA REPORTAGEM LOCAL

A cotação petróleo no mercado internacional sofreu ontem mais um dia de disparada. O preço do petróleo em Nova York teve alta de 4,48%, encerrando o dia cotado ao recorde de US$ 41,72 o barril. Foi o maior percentual de alta desde 2 de fevereiro deste ano. Na ocasião, houve elevação de 5,84%.
O petróleo tipo Brent registrou elevação de 4,55%, fechando cotado a US$ 38,17.
Um dos componentes de pressão nos preços foi a preocupação do mercado com desavenças entre os membros da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo).
A Arábia Saudita anunciou a intenção de aumentar sua produção em 10% para ajudar a abaixar os preços da commodity no mercado internacional. Mas, durante o encontro informal da organização no último final de semana, alguns países demonstraram descontentamento com a proposta saudita.
Ontem, o ministro do Petróleo da Arábia Saudita, Ali al-Naimi, negou a existência de um racha na Opep. A organização realizará sua conferência oficial em 3 de junho.
Apesar do gesto saudita, analistas afirmam que essa proposta de aumento da produção não será suficiente para frear a alta da cotação do petróleo.
"Nas últimas duas semanas, os sauditas ofereceram uma proposta atrás da outra de aumento das cotas da Opep e mesmo assim os preços não caíram significativamente", afirmou Nauman Barakat, vice-presidente da corretora Refco.
O anúncio de redução do nível de reservas da gigante do petróleo Shell também ajudou a causar turbulência. Ontem, a empresa afirmou que o nível de reservas provadas de petróleo da companhia foi revisto para baixo. Com isso, 103 milhões de barris saíram da categoria de "reservas confirmadas" para categorias de nível mais incerto.
Em janeiro deste ano, a Shell já havia informado aos seus acionistas que 20% das reservas de gás e petróleo (3,9 bilhões de barris) também deveriam ser excluídas da categoria de "reservas confirmadas".
Nos EUA, a subida dos preços impulsiona a alta do preço da gasolina. O governo americano afirmou ontem que preço do galão (aproximadamente 3,7 litros) atingiu o patamar recorde de US$ 2,06 na semana passada.
Mas outro fator de pressão, a demanda chinesa, pode diminuir. A consultoria Facts Inc diz que a demanda chinesa por produtos de petróleo crescerá 7,3% em 2004, contra 9,4% em 2003.


Com agências internacionais


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