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Líderes concentrarão ainda mais seus mercados
DA REPORTAGEM LOCAL
Economistas e empresários
são unânimes em um ponto: a
concentração de mercado das
maiores empresas do país tende a continuar crescendo nos
próximos anos.
Segundo eles, essas companhias deixaram de ter atuação
local e tornaram-se competidoras globais. Como a maioria delas é fabricante de commodities
(os produtos básicos usados pelas indústrias), as empresas
buscam agora escala para ganhar competitividade mundial
e, nessa corrida, continuarão
com as aquisições.
"Numa área de margens estreitas como o varejo de petróleo, a escala é muito importante", diz André Covre, diretor do
Grupo Ultra. "Hoje, competimos com concorrentes globais
e continuaremos buscando a liderança e a consolidação."
Nas outras grandes empresas
de capital aberto, o discurso é o
mesmo, com pequenas variações. Na Braskem, por exemplo, o plano é continuar aumentando a produção com investimentos no país e também
no exterior. "Além de expandir
a capacidade no Brasil, estamos
montando uma base de exportações para a América do Norte
e o Atlântico na Venezuela e
outra, no Peru, para a Ásia e a
Costa Oeste americana", afirma José Carlos Grubisich, presidente da Braskem.
Segundo Roberto Castello
Branco, diretor da Vale, a empresa desenvolveu um modelo
para vencer resistências a sua
presença em outros países. Isso
porque, hoje, 25% dos funcionários da empresa estão no exterior e, seguida a tendência de
consolidação do setor, o percentual tende a aumentar.
"O fato de a indústria continuar rodando nessa velocidade,
a despeito do câmbio, mostra
que houve grande ganho de escala e competitividade", diz
Francisco Pessoa, economista
da LCA Consultores. "O problema é que corremos o risco
de continuarmos sendo só produtores de commodities se não
houver políticas ativas para que
outras áreas atinjam os mesmos patamares."
A entrada de empresas de outros setores no mercado de capitais é um começo para a diversificação do modelo econômico. Pessoa, no entanto, cita a
redução da burocracia, da carga
tributária e a melhoria da educação como alguns dos fatores
essenciais para o avanço de empresas com produtos mais sofisticados e caros.
"Vender commodities bem
precificadas, de maneira sustentada no tempo e consolidando a posição de liderança no
mundo, é bom", diz Grubisich.
"Só que ficar somente nisso não
basta: temos de investir na pesquisa, no desenvolvimento e na
criação de marcas globais."
Segundo ele, políticas do
BNDES de apoio à internacionalização das empresas brasileiras e mesmo a criação do
fundo soberano são importantes para essa expansão.
(CB)
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