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POLÍTICA DE EMPREGO
Taxa de desemprego tem a primeira queda no ano e passa de 13,1% em abril para 12,2% em maio no país
Setor público de SP puxa criação de vagas
CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO
Vagas criadas pelo setor público
na região metropolitana de São
Paulo puxaram a alta de 0,8% da
ocupação em maio, na comparação com abril, nas seis regiões metropolitanas que fazem parte da
PME (Pesquisa Mensal de Emprego) do IBGE (Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística).
O aumento da população ocupada foi a principal causa da queda da taxa de desemprego em
maio, que passou de 13,1%, em
abril, para 12,2%. Foi a primeira
queda desde dezembro de 2003,
quando a taxa de desemprego ficou em 10,9%, contra 12,2% em
novembro. A renda das pessoas
ocupadas seguiu caindo, embora
em menor intensidade.
No mês passado, o saldo líquido
(postos criados, descontando os
fechados) foi de 148 mil nas seis
regiões pesquisadas. Desse saldo,
o setor público foi responsável
por um terço (48 mil).
Na região metropolitana de São
Paulo, o setor público (União, Estado e municípios da Grande SP)
respondeu por 67 mil vagas criadas. O desempenho pior nesse
segmento em outras regiões do
país diminuiu o saldo nacional de
criação de empregos públicos em
maio, que foi de 48 mil.
Os dados da PME mostram que
o total de empregados do setor
público passou de 1,95 milhão em
abril para 1,998 milhão em maio,
crescendo 2,5%. O restante da população ocupada passou de
16,767 milhões para 16,867 milhões, uma alta de 0,6%.
O número total de desempregados caiu 189 mil -de 2,812 milhões para 2,623 milhões em
maio. Analistas avaliam que o
momento ainda é de cautela e que
não é possível dizer se a queda representa uma tendência.
Historicamente, a taxa de desemprego começa a cair na segunda metade do ano. Na atual
série do IBGE, isso ocorreu em
2003, mas em 2002 e em 2004 a
queda começou já em abril e
maio. Para o IBGE, o fenômeno
pode estar associado ao fato de,
assim como este ano, 2002 ter sido
um ano eleitoral. "Há uma característica interna [nos dois anos]
que pode estar levando a isso, o
momento eleitoral. Não estou dizendo que as eleições estejam influindo. Digo que há similaridades", disse Cimar Azeredo Pereira, gerente da pesquisa do IBGE.
Para Luiz Eduardo Parreiras, especialista em trabalho do Grupo
de Acompanhamento Conjuntural do Ipea (Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada), "é uma hipótese" que se reforça com os números referentes ao emprego público. Para ele, o fato de a partir de
julho o setor público estar impedido, pela legislação eleitoral, de
contratar pode estar levando as
administrações a correrem nos
meses de maio e junho para suprir suas necessidades de pessoal.
"É preciso esperar o próximo
mês para analisar melhor os resultados", disse Pereira.
Os números do IBGE mostram
também que de abril para maio
cresceram tanto o emprego com
carteira assinada (1,1%) como o
sem carteira (1,8%). O número de
empregadores cresceu 2,8%, enquanto o de trabalhadores por
conta própria caiu 2,6%.
O rendimento médio real habitualmente recebido pelas pessoas
ocupadas caiu 0,7% de abril para
maio, a segunda queda consecutiva nessa forma de comparação, e
1,4% sobre maio de 2003.
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