São Paulo, sexta-feira, 25 de junho de 2004

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POLÍTICA DE EMPREGO

Taxa de desemprego tem a primeira queda no ano e passa de 13,1% em abril para 12,2% em maio no país

Setor público de SP puxa criação de vagas

CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

Vagas criadas pelo setor público na região metropolitana de São Paulo puxaram a alta de 0,8% da ocupação em maio, na comparação com abril, nas seis regiões metropolitanas que fazem parte da PME (Pesquisa Mensal de Emprego) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O aumento da população ocupada foi a principal causa da queda da taxa de desemprego em maio, que passou de 13,1%, em abril, para 12,2%. Foi a primeira queda desde dezembro de 2003, quando a taxa de desemprego ficou em 10,9%, contra 12,2% em novembro. A renda das pessoas ocupadas seguiu caindo, embora em menor intensidade.
No mês passado, o saldo líquido (postos criados, descontando os fechados) foi de 148 mil nas seis regiões pesquisadas. Desse saldo, o setor público foi responsável por um terço (48 mil).
Na região metropolitana de São Paulo, o setor público (União, Estado e municípios da Grande SP) respondeu por 67 mil vagas criadas. O desempenho pior nesse segmento em outras regiões do país diminuiu o saldo nacional de criação de empregos públicos em maio, que foi de 48 mil.
Os dados da PME mostram que o total de empregados do setor público passou de 1,95 milhão em abril para 1,998 milhão em maio, crescendo 2,5%. O restante da população ocupada passou de 16,767 milhões para 16,867 milhões, uma alta de 0,6%.
O número total de desempregados caiu 189 mil -de 2,812 milhões para 2,623 milhões em maio. Analistas avaliam que o momento ainda é de cautela e que não é possível dizer se a queda representa uma tendência.
Historicamente, a taxa de desemprego começa a cair na segunda metade do ano. Na atual série do IBGE, isso ocorreu em 2003, mas em 2002 e em 2004 a queda começou já em abril e maio. Para o IBGE, o fenômeno pode estar associado ao fato de, assim como este ano, 2002 ter sido um ano eleitoral. "Há uma característica interna [nos dois anos] que pode estar levando a isso, o momento eleitoral. Não estou dizendo que as eleições estejam influindo. Digo que há similaridades", disse Cimar Azeredo Pereira, gerente da pesquisa do IBGE.
Para Luiz Eduardo Parreiras, especialista em trabalho do Grupo de Acompanhamento Conjuntural do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), "é uma hipótese" que se reforça com os números referentes ao emprego público. Para ele, o fato de a partir de julho o setor público estar impedido, pela legislação eleitoral, de contratar pode estar levando as administrações a correrem nos meses de maio e junho para suprir suas necessidades de pessoal.
"É preciso esperar o próximo mês para analisar melhor os resultados", disse Pereira.
Os números do IBGE mostram também que de abril para maio cresceram tanto o emprego com carteira assinada (1,1%) como o sem carteira (1,8%). O número de empregadores cresceu 2,8%, enquanto o de trabalhadores por conta própria caiu 2,6%.
O rendimento médio real habitualmente recebido pelas pessoas ocupadas caiu 0,7% de abril para maio, a segunda queda consecutiva nessa forma de comparação, e 1,4% sobre maio de 2003.


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