São Paulo, sexta-feira, 25 de junho de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SEMENTE DA DISCÓRDIA

Ministério publica suspensão do veto a produto brasileiro

China oficializa acordo sobre soja

CLÁUDIA TREVISAN
DE PEQUIM

O acordo que suspende o veto da China a 23 exportadores de soja do Brasil entrou em vigor ontem, depois de ser publicado no site do Ministério da Quarentena do país asiático.
Agora, todas as empresas que atuam no comércio internacional de grãos esperam para ver que tratamento o governo chinês dará ao primeiro dos 20 navios que estavam em alto-mar enquanto a crise era negociada.
Ontem, membros do mercado afirmaram que uma dessas embarcações havia atracado em um porto da China. De acordo com as mesmas fontes, a carga contém sementes tratadas com Carboxin, razão alegada pela China para recusar carregamentos de outros cinco navios entre abril e junho.
A Embaixada do Brasil em Pequim recebeu a informação extra-oficial de que a Quarentena exigiu a limpeza da carga para autorizar o seu desembarque, mas isso não havia sido confirmado pelo governo até o fim da tarde. Também não havia confirmação oficial sobre a chegada do navio.
O site da Bolsa de Mercadorias de Fujian, Província do sul da China, afirmava que o primeiro dos 20 navios só chegará no início da próxima semana.
Segundo o acordo fechado entre os dois países na segunda-feira, a China poderá exigir a retirada de sementes tratadas com agroquímicos dos carregamentos que deixaram o Brasil antes do dia 11.
Nessa data, entrou em vigor a instrução normativa nš 15, que estabelece padrões de qualidade para a soja e permite o máximo de um grão com agroquímico para cada quilo de amostra da carga -nos EUA e na Europa, o limite é de três grãos. A chegada do navio será o primeiro teste do acordo entre os dois países. A dúvida é se a Quarentena exigirá a limpeza da carga, como prevê o acordo, ou autorizará o seu desembarque se constatar que os níveis de Carboxin são muito baixos.
Se optar pela limpeza, o que é mais provável, os exportadores terão de montar uma operação para muitos inédita, que é a retirada de sementes de uma carga que está no navio. Normalmente, esse processo ocorre antes do carregamento das embarcações.
O Brasil espera tratamento diferenciado para os navios que deixaram o país depois da instrução normativa nš 15, mas o acordo não deixa claro o que vai ocorrer.


Texto Anterior: Governo envia explicações a argentinos
Próximo Texto: Panorâmica - Previdência 1: Paralisação do INSS atinge 21 postos em SP
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.