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SEMENTE DA DISCÓRDIA
Ministério publica suspensão do veto a produto brasileiro
China oficializa acordo sobre soja
CLÁUDIA TREVISAN
DE PEQUIM
O acordo que suspende o veto
da China a 23 exportadores de soja do Brasil entrou em vigor ontem, depois de ser publicado no
site do Ministério da Quarentena
do país asiático.
Agora, todas as empresas que
atuam no comércio internacional
de grãos esperam para ver que
tratamento o governo chinês dará
ao primeiro dos 20 navios que estavam em alto-mar enquanto a
crise era negociada.
Ontem, membros do mercado
afirmaram que uma dessas embarcações havia atracado em um
porto da China. De acordo com as
mesmas fontes, a carga contém
sementes tratadas com Carboxin,
razão alegada pela China para recusar carregamentos de outros
cinco navios entre abril e junho.
A Embaixada do Brasil em Pequim recebeu a informação extra-oficial de que a Quarentena exigiu
a limpeza da carga para autorizar
o seu desembarque, mas isso não
havia sido confirmado pelo governo até o fim da tarde. Também
não havia confirmação oficial sobre a chegada do navio.
O site da Bolsa de Mercadorias
de Fujian, Província do sul da
China, afirmava que o primeiro
dos 20 navios só chegará no início
da próxima semana.
Segundo o acordo fechado entre
os dois países na segunda-feira, a
China poderá exigir a retirada de
sementes tratadas com agroquímicos dos carregamentos que
deixaram o Brasil antes do dia 11.
Nessa data, entrou em vigor a
instrução normativa nš 15, que estabelece padrões de qualidade para a soja e permite o máximo de
um grão com agroquímico para
cada quilo de amostra da carga
-nos EUA e na Europa, o limite é
de três grãos. A chegada do navio
será o primeiro teste do acordo
entre os dois países. A dúvida é se
a Quarentena exigirá a limpeza da
carga, como prevê o acordo, ou
autorizará o seu desembarque se
constatar que os níveis de Carboxin são muito baixos.
Se optar pela limpeza, o que é
mais provável, os exportadores
terão de montar uma operação
para muitos inédita, que é a retirada de sementes de uma carga que
está no navio. Normalmente, esse
processo ocorre antes do carregamento das embarcações.
O Brasil espera tratamento diferenciado para os navios que deixaram o país depois da instrução
normativa nš 15, mas o acordo
não deixa claro o que vai ocorrer.
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