São Paulo, segunda-feira, 25 de junho de 2007

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Mercado Aberto

guilherme.barros@uol.com.br

Setor eletroeletrônico é o mais rentável na Bolsa

De todos os setores da economia que têm empresas negociadas na Bovespa, o que apresentou maior rentabilidade até o último dia 21 foi o de eletroeletrônicos, com variação de 111,79%, e o último da lista foi o de petróleo e gás, com 7,28% -mesmo assim, ficou acima de todos os investimentos de renda fixa no mesmo período.
O segundo pior resultado foi o de transporte e serviços, no qual estão as companhias aéreas, com rentabilidade de 8,77%.
Além dos eletroeletrônicos, também foram destaques os seguintes setores: química (63,44%), siderurgia (48,43%), têxtil (39,53%) e mineração (39,37%).
Uma observação interessante é que os bancos, que normalmente são destaque na Bolsa, registraram, até agora, uma rentabilidade (16,36%) abaixo da Bovespa (22,90%).
Também ficaram abaixo do índice Bovespa os setores de telecomunicações (19,70%), papel e celulose (16,27%), alimentos e bebidas (14,71%) e comércio (14,06%).
O estudo, elaborado pela Economática, mostra claramente que muitos setores foram beneficiados pela sobrevalorização do câmbio.
O setor eletroeletrônico, por exemplo, é altamente importador de peças e componentes e, portanto, o dólar baixo favorece suas contas.
"A queda do dólar beneficiou muitos setores", diz o economista Einar Rivero, gerente de relacionamento institucional da Economática.
Para medir a rentabilidade dos setores, a Economática usou o mesmo princípio do índice da Bovespa. Ou seja, a rentabilidade dos setores foi calculada levando em conta a sua liquidez. O papel com mais liquidez tem um peso maior.
O resultado ruim do setor de petróleo e gás se deve essencialmente aos números da Petrobras até agora, que frustraram as expectativas do mercado financeiro. A Petrobras neste ano perdeu para a Vale do Rio Doce o título de empresa mais lucrativa.

NO FUTURO

Estratégia brasileira deve ser ter China como melhor amiga

Famoso por ter previsto transformações econômicas nos anos 80, como a evolução para a sociedade da informação, aspectos da globalização da economia e o surgimento de redes que mudariam o acesso à informação, o americano John Naisbitt, 78, acaba de lançar no Brasil "O Líder do Futuro" (GMT, 288 págs). Neste livro, comenta os rumos da comunicação e o declínio econômico inevitável da Europa, que, segundo ele, se tornará um "parque temático histórico" para americanos e asiáticos. Para o Brasil, ele profetiza que a prioridade econômica deve estar na educação. Em 1982, ele publicou o bestseller "Megatendências", que vendeu 9 milhões de cópias.  

FOLHA- Você pode antecipar alguma mudança no Brasil?
JOHN NAISBITT
- Eu não vejo nenhuma mudança no Brasil enquanto reformas econômicas sérias não sejam efetivadas, assim como uma reforma educacional. Hoje, a educação deve ser a prioridade brasileira.

FOLHA- Nesta sua vinda ao Brasil, recentemente, viu que os escândalos de corrupção estão em pauta novamente. O país vai viver com esta situação até quando?
NAISBITT
- Isso só depende dos brasileiros e do que vão fazer para evitar isso. Ninguém pode fazer isto por eles.

FOLHA- E a China?
NAISBITT
- O Brasil deve ver a China como uma oportunidade, não como uma ameaça. A estratégia brasileira deve ser fazer da China sua melhor amiga. É preciso fazer negócios, joint ventures com esse país, especialmente na indústria automobilística.

FOLHA- No livro, você afirma que estamos testemunhando o lento fim da cultura do jornal, que a importância dessa mídia na vida das pessoas está em queda. Como deve evoluir este negócio?
NAISBITT
- Todas as mídias, antigas e novas, estão passando por um momento de grandes mudanças. O resultado, em detalhes, é incerto, mas me parece claro que os jornais vão continuar sendo a parte mais importante. Nenhum outro meio se assemelha ao jornalismo num mundo em mudanças.

FOLHA- Como os países irão enfrentar o aquecimento global?
NAISBITT
- Devemos começar a limpar o ar e água agora. É muito fácil para os políticos falar do problema com projeções para 2040 ou 2050.

Cresce uso de biometria em segurança

Didier Chaudun, executivo responsável pela área de segurança da saúde da Sagem Orga, esteve no Brasil para apresentar as novidades da empresa em tecnologia para segurança e identificação.
Entre os principais desenvolvimentos da área, o executivo destacou o aumento do uso da biometria no setor.
No Brasil, a empresa tem fábrica em Taubaté, com capacidade produtiva de 100 milhões de cartões por ano (com ou sem chip).
O grupo Safras, que é controlador da Sagem Orga, atualmente está presente em 30 países e tem faturamento de 10 bilhões de euros ao ano.

QUÍMICOS
Em maio, as vendas em dólares do setor de distribuição de produtos químicos e petroquímicos tiveram alta de 12,9% na comparação com abril, segundo a Associquim (associação do setor). A média das vendas em reais atingiu 10,7% no mesmo período de comparação. Espera-se que junho alcance expansão de 4% nas vendas em dólares ante maio. O primeiro semestre pode fechar com alta de 6% nas vendas acumuladas em relação a igual período de 2006.

HIDRELÉTRICA
O Banco do Brasil finaliza nos próximos 30 dias a contratação de financiamentos mediante repasse de recursos do BNDES para a construção de cinco Pequenas Centrais Hidrelétricas às margens do rio Juruena, em Mato Grosso. A operação, estruturada pelo BB, envolve recursos da ordem de R$ 360 milhões para pagamento em 12 anos. As Pequenas Centrais Hidrelétricas financiadas terão potência instalada total de 91,4 megawatts, suficiente para atender o consumo médio de 600 mil famílias a 100 kW/h mês.

ECOLÓGICOS
Os funcionários da rede de artigos naturais e orgânicos Mundo Verde usarão, a partir deste mês, camisas feitas com fibras de garrafas PET. As 4.600 peças são patrocinadas pela Redecard.

NA LATA
A medição de maio do AC Nielsen confirmou a tendência de queda de participação de mercado do Guaraná Antarctica, tanto na versão regular quanto na diet. Na região metropolitana de São Paulo, principal mercado do país, a franquia Guaraná Antarctica perdeu 2,1 pontos percentuais na comparação com maio do ano passado. A versão regular perdeu 1,6 ponto percentual, enquanto a diet teve queda de 0,5 ponto percentual. Em um ano, a franquia Guaraná Antarctica perdeu 0,9 ponto percentual.

PAPELADA

A asiática APP (Asia Pulp & Paper), fabricante de papel e celulose, desembarca no Brasil, em sua primeira investida na América Latina. No começo do ano, abriu um escritório em SP. A primeira operação direta será comandada por Geraldo Ferreira, ex-Ripasa e ex-Suzano, que deve estimular as vendas para uso editorial. "No Brasil não tem taxa de importação para a linha editorial", diz.



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