São Paulo, segunda-feira, 25 de junho de 2007

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Lista negra de investidores gera polêmica

DA REPORTAGEM LOCAL

A possibilidade de especular com as ações durante a abertura de capital na Bolsa chama tanto a atenção que agentes do mercado estudam a possibilidade de criar um banco de dados para excluir do negócio os chamados "flippers" -investidores que entram no IPO (oferta pública de ações, na sigla em inglês) para vender o papel após o início dos negócios.
A idéia seria montar um banco de dados com o histórico do comportamento dos "flippers", que poderiam assim perder a preferência para outros investidores na hora de reservar ações.
Uma das mais polêmicas propostas já cogitadas no mercado de ações -a de coibir os "flippers"- encontra defensores entusiastas e opositores igualmente motivados. Os defensores alegam que seria uma forma de permitir que as ações caiam nas mãos de investidores de longo prazo, o objetivo de capitalização das empresas.
Já os opositores falam que seria impossível identificar com precisão quando um investidor estaria mal-intencionado apenas pelo comportamento nos IPOs. Sem falar que o mercado precisa da liquidez desses investidores para poder operar.
Na semana passada, o presidente da Comissão de Valores Mobiliários, Marcelo Trindade, disse que a área técnica da autarquia estuda se a identificação dos "flippers" não configuraria violação de sigilo bancário. "Temos de estudar como está o sigilo bancário em relação à proposta. Pedimos à Bovespa que entregasse os pareceres jurídicos para análise."
Durante o encontro de profissionais de relações com investidores, o presidente da Bovespa, Raymundo Magliano, afirmou que a proposta de criação desse banco de dados partiu do próprio mercado, especialmente das empresas que abrem capital, que acabam perdendo acionistas por conta dos "flippers". Ele afirmou que a exclusão só acontecerá se for a vontade das empresas nos IPOs.
Lucy Sousa, presidente da Apimec São Paulo (associação dos analistas), recomenda que o investidor não tenha visão imediatista da valorização da ações, uma aposta que pode não dar certo. "Não é para gente que não é profissional do mercado."


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