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Cosan lançará papéis na Bolsa de Nova York
Empresa anuncia operação hoje; valor supera US$ 1 bi
MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO
A Cosan, maior empresa brasileira do setor sucroalcooleiro,
vai para a Bolsa de Valores de
Nova York. A empresa deve
anunciar hoje a operação, conforme apurou a Folha. "O negócio envolve muito dinheiro,
acima de US$ 1 bilhão", afirmou uma fonte do mercado.
Muito longe de estar para ser
vendida, como especulado na
semana passada, a empresa está se fortalecendo no mercado
externo, um dos objetivos nunca negado pelo grupo comandado por Rubens Ometto.
A Cosan, que virou notícia na
sexta-feira, devido à intenção
da ADM, líder do setor de álcool nos Estados Unidos, em
adquirir o controle da empresa
brasileira, avança ainda mais
rumo à internacionalização.
Com acordos estratégicos já
firmados com empresas da Europa e da Ásia, a brasileira amplia sua participação no mercado externo, aproveitando o
boom energético vindo das
commodities agrícolas.
Na semana passada, o vice-presidente financeiro, Paulo
Diniz, destacava que "este vai
ser um ano pobre em resultados, mas muito rico em oportunidades". O lançamento de
ações é mais uma oportunidade para a empresa, que, só neste ano, já acolheu três novas
usinas para seu grupo.
O ano poderá ser pobre em
resultados porque a recente
euforia no setor vai provocar
excesso de produção, derrubando os preços do açúcar.
Além do avanço da produção
brasileira, a Índia poderá colocar 25 milhões de toneladas no
mercado, 30% a mais do que
em 2006.
Esse cenário reflete nas contas das usinas. Se as coisas andaram bem para a Cosan no
ano fiscal de 2007, os números
do quarto trimestre (fevereiro
a abril), não seguiram o ritmo.
No exercício fiscal de 2007,
período que vai do início de
maio de 2006 a 30 de abril último, a empresa moeu 36,2 milhões de toneladas de cana, colocando no mercado 3,2 milhões de toneladas de açúcar e
1,3 bilhão de litros de álcool.
As receitas operacionais líquidas subiram para R$ 3,6 bilhões, superando em 45% as do
exercício anterior. O lucro líquido foi a R$ 357,3 milhões,
contra prejuízo de R$ 64,6 milhões no exercício anterior.
Já no quarto trimestre, as receitas operacionais líquidas
caíram 8,7% em relação às de
igual período de 2006. O lucro
líquido, que havia registrado
pequena queda em 2006, atingiu R$ 164,7 milhões.
O aumento da produção e a
reposição de estoques derrubaram os preços internacionais.
No final do quarto trimestre do
exercício fiscal da Cosan, os
preços da Bolsa de commodities de Nova York (Nybot) registravam queda de 46% em relação a 2006. No mercado interno, a queda foi de 34%.
Em janeiro deste ano, a empresa emitiu US$ 400 milhões
em "senior notes", uma dívida
estruturada com vencimento
em 2017 ao cupom de 7% ao
ano. A dívida líquida é de R$
1,41 bilhão, segundo a empresa.
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