A valorização do real neste ano foi puxada mais pelo aumento da confiança dos estrangeiros na economia brasileira do que pelo interesse deles em investir em títulos atrelados ao juro básico do país, um dos mais altos do mundo.
Essa é a conclusão do economista André Sacconato, da Tendências, a partir da análise do resultado de maio das contas externas do Brasil, divulgado ontem.
O fluxo de investimentos de estrangeiros em maio mostra uma entrada maior de dólares no Brasil para investimento estrangeiro direto (US$ 2,48 bilhões) e ações (US$ 2,51 bilhões) do que para títulos de renda fixa (R$ 1,2 bilhão).
A partir desses dados, Sacconato refuta a visão de alguns economistas de que o real está se valorizando ante o dólar pelo diferencial da taxa de juros brasileira em relação à americana. Tal diferencial atrai os estrangeiros para aplicações em títulos públicos brasileiros, atrelados à taxa Selic.
"A entrada pelo lado dos juros é muito pequena se relacionada às entradas pelas contas estruturais, que necessitam que o investidor estrangeiro veja o Brasil como um país menos arriscado e com melhor posição relativa", afirma Sacconato.
Segundo ele, a continuidade da queda da Selic pode acentuar ainda mais a valorização do real. O motivo é que o juro básico menor incentiva os investimentos em ações e na economia real, exatamente os fluxos mais fortes de entrada de dólar no país em maio.
A moeda norte-americana fechou o pregão de ontem cotada a R$ 1,98. A projeção da Tendências é que o dólar se desvalorize nos próximos meses e encerre este ano avaliado em R$ 1,85.

NOIVA EM FUGA
"A Medial não está sendo vendida para a Amil." A afirmação é de Emílio Carazzai, presidente da Medial, a respeito dos rumores que circulam no mercado de que estaria havendo uma negociação nesse sentido. A Medial chegou a preparar uma carta para enviar para a CVM e para a Bovespa negando a informação. Carazzai afirma que a prova de que a Medial não está à venda é a obra de um hospital na região da avenida Paulista, em São Paulo, com investimento de cerca de R$ 110 milhões. O grupo também acaba de arrendar um hospital em Brasília e concluiu o projeto arquitetônico para outro hospital na região do ABC, para o qual estão sendo definidas as fontes de financiamento. "Tudo isso torna a Medial uma noiva atraente, mas ela não quer um namorado", afirma Carazzai.

Construção civil tem previsão otimista para o PIB de 2009

Se o setor da construção civil foi uma das principais vítimas da crise, agora está entre os mais otimistas. Cerca de 33% de seus executivos já acreditam que 2009 vai registrar um crescimento do PIB de até 2%.
A conclusão é de levantamento realizado pela Fama Investimentos, empresa de administração de recursos de terceiros. Foram consultados profissionais de cem companhias líderes em seus segmentos, em abril e maio.
Para Bruno Piacentini, sócio da Fama, o resultado mostrou uma esperança dos executivos com relação às medidas do governo para salvar o setor.
Os mais pessimistas são os executivos de agronegócios, com 17% esperando uma queda superior a 2% do PIB em 2009. Nos serviços, cerca de 18% aguardam alta superior a 2%.
"As empresas que dependem do mercado interno aparecem mais otimistas. Já os setores de commodities e de agronegócios estavam mais preocupados."
No cenário geral, dois terços dos altos executivos do país têm expectativa de melhoria no ambiente de negócios para os próximos seis meses.

INCENTIVO
Guido Mantega (Fazenda) deve anunciar na segunda-feira o pacote para o setor de bens de capital.

G2
Na quarta, Mantega se encontra, em Washington, com o secretário do Tesouro norte-americano, Timothy Geithner. Na pauta, o plano de regulação financeira de Barack Obama.

UVA
A Cooperativa Vinícola Aurora nomeou Alem Guerra como seu diretor-geral.

INOVAÇÃO
O Sebrae-SP lançou ontem o livro "99 Soluções Inovadoras", que reúne casos de sucesso de empresas paulistas que utilizaram a inovação para alavancar seu negócio. "O título é uma provocação, sugerindo que a centésima solução inovadora pode ser do empresário que está lendo o catálogo", explica Paulo Franzosi, do Sebrae-SP. Os exemplares serão distribuídos em entidades parceiras do Sebrae-SP.

ADIADO
O anúncio do pacote de redução de juros para pessoas jurídicas da Nossa Caixa previsto para amanhã foi adiado para um café da manhã no próximo dia 6. O ministro Guido Mantega preferiu não dar ao evento uma cara de posse de Demian Fiocca, o novo presidente da Nossa Caixa.

PRATO FEITO
A propósito, o pacote de redução de juros da Nossa Caixa foi elaborado pelo antecessor de Fiocca, Paulo Bonzanini. Fiocca já o encontrou pronto.

MURALHA
O governador Sérgio Cabral embarca nos próximos dias com o empresário Eike Batista para viagem de uma semana à China. Cabral fechará a compra de R$ 1 bilhão em trens para o metrô do Rio.

NOS TRILHOS
Lula reclamou a Cabral da compra de trens da China. O governador do Rio argumentou que foi uma questão de preço. O trem sairá por R$ 2 milhões, menos da metade do que foi contratado para o metrô de São Paulo.

FIAÇÃO
Na viagem à China, Eike Batista vai fechar a compra de trens elétricos para o porto de Açu.

QUINTAL
São fortes os rumores de que a maior transação imobiliária do ano de São Paulo foi fechada nesta semana. O banqueiro Eric Hime, ex-Garantia, teria comprado por R$ 20 milhões um terreno de 5.000 metros quadrados de Ricardo Ermírio de Moraes na rua Itália, no Jardim Europa, em São Paulo.

LIGAÇÃO
O Banco do Brasil passa a oferecer a seus clientes pessoa jurídica um gerenciador financeiro no celular. Por meio de aparelhos celulares com a tecnologia, o empresário poderá realizar as principais transações bancárias da sua empresa, como consultar saldos e extratos, realizar transferências entre contas e outros.

com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI


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