São Paulo, quinta-feira, 25 de junho de 2009

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BC diminui projeção de déficit externo

Com desaquecimento da economia, importações deverão ter queda maior que a prevista e ajudar a aumentar o saldo comercial

Projeção para o superávit da balança comercial no ano subiu de US$ 17 bi para US$ 20 bi, valor próximo ao registrado no ano passado

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A desaceleração da economia fez com que o Banco Central elevasse suas projeções para as contas externas do país neste ano. No cenário traçado pelo BC, o nível de atividade mais fraco vai provocar redução acima do esperado na procura por produtos importados -especialmente máquinas e equipamentos-, o que deve ajudar a elevar o saldo comercial.
Em março, o Banco Central estimava em US$ 141 bilhões o total de importações registrado ao longo de 2009, o que, se confirmado, representaria uma queda de 18,5% em relação ao ano passado. Ontem, a previsão foi reduzida para US$ 138 bilhões, ou 20,3% a menos que em 2008.
Com isso, a projeção para o superávit da balança comercial deste ano subiu de US$ 17 bilhões para US$ 20 bilhões -próxima, portanto, dos US$ 24,8 bilhões de 2008.
Para o economista Luís Afonso Lima, presidente da Sobeet (Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica), em momentos de turbulência, as importações reagem mais rapidamente do que as exportações, daí o resultado um pouco melhor do que o esperado da balança comercial.
"Isso também mostra que não é apenas o fluxo financeiro, influenciado pelos juros [praticados no Brasil], que explica a entrada de dólares no país. O comércio [exterior] também tem ajudado", afirma.
Com um superávit maior do que o esperado na balança comercial, o BC também promoveu uma pequena redução no déficit total das contas externas projetado para este ano.
Segundo a nova projeção, o saldo em transações correntes deve ficar negativo em US$ 15 bilhões, e não em US$ 16 bilhões, como previsto há três meses. Esse déficit só não será menor no ano porque o BC elevou sua estimativa para as remessas de lucros e dividendos ao exterior que devem ser feitas neste ano por multinacionais instaladas no país. Essa projeção subiu de US$ 15 bilhões para US$ 17 bilhões.
Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, as remessas de lucros devem crescer apenas por causa do efeito que a queda do dólar tem sobre esse indicador. Ou seja, as empresas que operam no Brasil apuram seus lucros em reais, mas convertem para a moeda dos EUA ao fazer as remessas para a sua sede. Com o real mais valorizado, essa conversão resulta num volume maior de dólares.
Já a estimativa do Banco Central para o fluxo de investimentos estrangeiros diretos para o país foi mantida em US$ 25 bilhões.


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