|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
BC diminui projeção de déficit externo
Com desaquecimento da economia, importações deverão ter queda maior que a prevista e ajudar a aumentar o saldo comercial
Projeção para o superávit
da balança comercial no ano subiu de US$ 17 bi para
US$ 20 bi, valor próximo ao registrado no ano passado
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A desaceleração da economia
fez com que o Banco Central
elevasse suas projeções para as
contas externas do país neste
ano. No cenário traçado pelo
BC, o nível de atividade mais
fraco vai provocar redução acima do esperado na procura por
produtos importados -especialmente máquinas e equipamentos-, o que deve ajudar a
elevar o saldo comercial.
Em março, o Banco Central
estimava em US$ 141 bilhões o
total de importações registrado
ao longo de 2009, o que, se confirmado, representaria uma
queda de 18,5% em relação ao
ano passado. Ontem, a previsão
foi reduzida para US$ 138 bilhões, ou 20,3% a menos que
em 2008.
Com isso, a projeção para o
superávit da balança comercial
deste ano subiu de US$ 17 bilhões para US$ 20 bilhões
-próxima, portanto, dos US$
24,8 bilhões de 2008.
Para o economista Luís
Afonso Lima, presidente da Sobeet (Sociedade Brasileira de
Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica), em momentos de turbulência, as importações reagem mais rapidamente do que
as exportações, daí o resultado
um pouco melhor do que o esperado da balança comercial.
"Isso também mostra que
não é apenas o fluxo financeiro,
influenciado pelos juros [praticados no Brasil], que explica a
entrada de dólares no país. O
comércio [exterior] também
tem ajudado", afirma.
Com um superávit maior do
que o esperado na balança comercial, o BC também promoveu uma pequena redução no
déficit total das contas externas
projetado para este ano.
Segundo a nova projeção, o
saldo em transações correntes
deve ficar negativo em US$ 15
bilhões, e não em US$ 16 bilhões, como previsto há três
meses. Esse déficit só não será
menor no ano porque o BC elevou sua estimativa para as remessas de lucros e dividendos
ao exterior que devem ser feitas
neste ano por multinacionais
instaladas no país. Essa projeção subiu de US$ 15 bilhões para US$ 17 bilhões.
Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, as remessas de lucros devem crescer apenas por
causa do efeito que a queda do
dólar tem sobre esse indicador.
Ou seja, as empresas que operam no Brasil apuram seus lucros em reais, mas convertem
para a moeda dos EUA ao fazer
as remessas para a sua sede.
Com o real mais valorizado, essa conversão resulta num volume maior de dólares.
Já a estimativa do Banco
Central para o fluxo de investimentos estrangeiros diretos
para o país foi mantida em US$
25 bilhões.
Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Gasto de turista no exterior é o maior em 8 meses Índice
|