WAGNER OLIVEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

A rede Ponto Frio arrematou ontem, por R$ 12,1 milhões, as 81 lojas da Disapel, grupo varejista paranaense que teve falência decretada em junho deste ano.
O negócio foi definido em leilão na 4ª Vara da Fazenda Pública, Falências e Concordatas do Fórum de Curitiba (PR).
Além do Ponto Frio e Casas Bahia, que disputavam judicialmente a compra da Disapel, o grupo C.R. Mentz Ltda. (RS), se habilitou na última semana.
O leilão foi realizado em 40 minutos. O Ponto Frio tinha que depositar o dinheiro até o final da tarde de ontem na conta da massa falida da Disapel.
Durante o leilão, Michael Klein, da Casas Bahia, decidiu retirar a proposta de R$ 12 milhões apresentada pela empresa durante o processo de falência da rede varejista paranaense.
O empresário argumentou que a resistência de proprietários de 9 das 81 lojas na manutenção dos contratos de aluguel e taxa de 2,5% para pagamento com os custos do processo e do leiloeiro não tornava o negócio interessante para a Casas Bahia.
O juiz Ruy Barcelar Filho, que conduz o processo, decidiu então recomeçar o leilão com a proposta de R$ 11 milhões oferecida pelo Ponto Frio, que já havia depositado parte da quantia (R$ 4,8 milhões) em juízo.
A atitude do juiz não agradou um dos credores, que argumentou que o leilão não poderia começar com uma proposta abaixo de R$ 12 milhões. O problema foi resolvido quando o Ponto Frio ofereceu os R$ 12,1 milhões.
Com o negócio, o Ponto Frio se compromete a não demitir, por 180 dias, os cerca de 1.200 funcionários da Disapel. Passado esse prazo, o grupo se compromete a ficar com 85% do pessoal por mais 180 dias.
Conrado Gruenbaum, diretor-geral do Ponto Frio, disse que fez "um bom negócio". "As lojas Disapel são boas e tinham uma forte clientela, principalmente no Paraná. Os 81 pontos serão bem desenvolvidos", afirmou.
O Ponto Frio possui atualmente 266 lojas e a previsão de faturamento neste ano é de até R$ 2,3 bilhões (R$ 2 bilhões em 99).



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