São Paulo, domingo, 25 de julho de 2004

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PATRIOTISMO FINANCEIRO

Americanos contribuem com US$ 66 mi em mais de quatro décadas

Doações "aliviam" dívida dos EUA

INAIÊ SANCHEZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Norte-americanos de todas as idades tiram dinheiro do próprio bolso e enviam cheques para o governo na tentativa de ajudar a diminuir a dívida nacional, que, hoje, se aproxima de US$ 7,3 trilhões.
Eles seguem as instruções no site do Tesouro, que orienta os interessados a remeter seus cheques com a inscrição "Doação para reduzir a dívida pública".
As contribuições vão de pequenas quantias a milhares de dólares, disse à Folha o porta-voz do Tesouro americano, Peter Hollenbach.
A lei que permite a cidadãos doar para a redução da dívida foi aprovada em 1961. Desde então, US$ 66 milhões já foram remetidos ao Tesouro com esse propósito.

Ajuda infantil
Até crianças costumam participar do programa. "Um dia recebemos uma pequena doação de um menino de 12 anos que ganhou algum dinheiro lavando carros", conta Hollenbach. Com o montante, o garoto enviou um bilhete com a inscrição: "Estou muito orgulhoso de poder ajudar o meu país".
Também há quem deixe toda uma herança para o Tesouro.
Hollenbach conta o caso de um imigrante da Letônia que chegou aos Estados Unidos em 1927. Morto no final dos anos 90, ele deixou dezenas de milhares de dólares para o pagamento da dívida nacional. No testamento, disse que se tratava de uma forma de dar alguma retribuição ao país que o acolhera.
De outubro de 2003 até junho deste ano, as doações já totalizam meio milhão de dólares.
"Nos últimos anos, temos recebido uma média de US$ 1,5 milhão por ano em contribuições", diz Hollenbach.
A maioria manda o dinheiro se dizendo preocupada com o tamanho das obrigações do país. E não é para menos. Desde que George W. Bush assumiu a Presidência, em janeiro de 2001, a dívida cresceu em US$ 1,6 trilhão. O total das obrigações inclui a dívida do governo (com contas como a previdência social e o seguro-desemprego) e a pública (títulos do Tesouro).
As guerras têm contribuído, em grande parte, para o aumento das despesas.
Os EUA entraram no vermelho pela primeira vez em 1790, quando assumiram as contas da Guerra Revolucionária do Congresso Continental. Para financiar a 1ª Guerra Mundial, a dívida subiu de US$ 1 bilhão, em 1916, para US$ 26 bilhões, em 1919. No final da 2ª Guerra Mundial, esse montante já havia saltado para US$ 279 bilhões.


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