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No STJ, empresa
se aproxima de
ganho bilionário
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Varig obteve ontem, no
STJ (Superior Tribunal de Justiça), mais um voto a seu favor
na batalha que trava contra a
União para receber indenização estimada em R$ 2,236 bilhões por perdas que alega ter
sofrido com o controle de tarifas de antigos planos econômicos, de 1985 a 1992.
Dos cinco ministros que irão
apreciar a causa nesse tribunal,
dois já votaram pela condenação da União: Francisco Falcão,
que já havia votado em maio
último, e Luiz Fux, que votou
ontem. O julgamento foi adiado por um pedido de vista de
Teori Zavascki e não tem data
para ser concluído.
A Varig já tinha sido vitoriosa
nas instâncias inferiores -a
17ª Vara da Justiça Federal em
Brasília e o Tribunal Regional
Federal da 2ª Região. A União,
o Ministério Público Federal e a
própria empresa aérea recorreram ao STJ. Os dois primeiros,
para suspender a condenação.
A última, para incluir os lucros
cessantes na indenização.
O Ministério Público Federal
pediu ao tribunal que anulasse
a ação argumentando uma suposta falha processual: a instituição não teria sido intimada
na primeira instância. Entretanto os dois ministros que já
votaram rejeitaram esse argumento, entre outros.
A ação foi movida em 1993.
As outras grandes empresas
aéreas têm processos semelhantes. Elas argumentam que
são concessionárias de serviço
público e que a União teria
comprometido o equilíbrio
econômico-financeiro do contrato ao impor uma política tarifária insuficiente.
Em 1997, o Supremo Tribunal Federal reconheceu o direito da Transbrasil, empresa que
já faliu, a uma indenização calculada em aproximadamente
R$ 700 milhões. A causa da Varig também poderá chegar ao
STF, a última instância.
O valor exato da indenização
da Varig, que busca desde 2003
uma solução para sua crise financeira, será apurado na execução da sentença -caso o governo não consiga reverter a
derrota. A Advocacia Geral da
União afirma que pode ultrapassar R$ 7 bilhões com correção monetária e juros.
As ações preferenciais da Varig reduziram o ritmo de alta
após a suspensão do julgamento ontem no STJ. Mesmo assim, fecharam com forte valorização na Bovespa.
O papel da empresa encerrou
o pregão com alta de 12,97%,
depois de chegar a subir quase
30% durante o dia.
"Não haverá socorro"
A Varig não deve receber dinheiro do governo e pode ter
suas rotas transferidas para outras companhias aéreas. A afirmação foi feita ontem pelo ministro do Turismo, Walfrido
Mares Guia.
"Não haverá socorro financeiro para a empresa. A própria
situação financeira da Varig,
que está com o patrimônio líquido negativo, não permite
que a empresa contraia novos
empréstimos."
Colaborou a Reportagem Local
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