|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
"RISCO-MENSALÃO"
Governo diz que não conseguiu vender lote de títulos prefixados com vencimento em 2008 por "dispersão" do mercado
Volatilidade prejudica leilões do Tesouro
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A volatilidade no mercado financeiro continua afetando os leilões de títulos públicos do governo federal. No leilão de anteontem, o Tesouro Nacional ofertou
papéis prefixados com vencimento em janeiro de 2008, mas acabou não vendendo o lote.
Segundo o secretário-adjunto
do Tesouro, José Antônio Gragnani, o governo decidiu não vender os títulos porque as taxas oferecidas pelo mercado estavam
muito dispersas. "Decidimos não
vender foi porque houve dispersão nas taxas. Achamos melhor
não vender. A gente não tem por
objetivo ficar estressando o mercado. Nos papéis que nós vendemos, a demanda foi boa. Foi muito maior do que o que ofertamos",
declarou Gragnani.
No leilão, foram vendidos R$
2,8 bilhões em títulos prefixados
com vencimento em janeiro de
2007 e R$ 675 milhões em papéis
de abril de 2006. "A variação entre
a [taxa] mínima e a máxima foi
muito pequena. Dentro do que
era o mercado, o resultado foi
bom, não foi ruim", afirmou ele.
Na avaliação de Gragnani, no
entanto, a demanda boa pelos papéis de prazo mais curto não sinaliza "nada". "A gente está vivendo
um momento de um pouco mais
de volatilidade. Na semana que
vem, vamos conversar de novo
com o mercado, fazer uma análise
e fazer a oferta."
Para Gragnani, o Tesouro não
pretende vender mais do que o
mercado está disposto a aceitar e
fechará as operações de venda somente quando houver consenso
no mercado sobre as taxas.
"Quando houver dispersão, não
vamos vender. Vamos sempre
adotar uma posição conservadora", comentou.
O secretário do Tesouro, Joaquim Levy, apresentou ontem ao
presidente Luiz Inácio Lula da Silva o programa Tesouro Direto,
que atingiu R$ 1 bilhão em papéis
vendidos diretamente ao investidor. Na explicação, Levy disse ao
presidente que o limite mínimo
para investimento é de R$ 200, e o
máximo, de R$ 400 mil.
Depois de ouvir a apresentação
e fazer algumas perguntas, Lula
afirmou que o governo precisa
lançar uma campanha publicitária para divulgar o produto. "O
Palocci [ministro Antonio Palocci, da Fazenda] tem que liberar
um pouco de dinheiro para podermos mostrar o programa ao
pequeno investidor", disse Lula.
No ano passado, o governo fez
uma campanha sobre o Tesouro
Direto em jornais, revistas e rádio.
"Vamos ver se o Tesouro Direto
não vira motivo de orgulho", concluiu Lula.
Texto Anterior: Ásia: China flexibiliza ações sob controle estatal Próximo Texto: Estrangeiros mantêm aplicações na Bovespa Índice
|