São Paulo, quinta-feira, 25 de agosto de 2005

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"RISCO-MENSALÃO"

Governo diz que não conseguiu vender lote de títulos prefixados com vencimento em 2008 por "dispersão" do mercado

Volatilidade prejudica leilões do Tesouro

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A volatilidade no mercado financeiro continua afetando os leilões de títulos públicos do governo federal. No leilão de anteontem, o Tesouro Nacional ofertou papéis prefixados com vencimento em janeiro de 2008, mas acabou não vendendo o lote.
Segundo o secretário-adjunto do Tesouro, José Antônio Gragnani, o governo decidiu não vender os títulos porque as taxas oferecidas pelo mercado estavam muito dispersas. "Decidimos não vender foi porque houve dispersão nas taxas. Achamos melhor não vender. A gente não tem por objetivo ficar estressando o mercado. Nos papéis que nós vendemos, a demanda foi boa. Foi muito maior do que o que ofertamos", declarou Gragnani.
No leilão, foram vendidos R$ 2,8 bilhões em títulos prefixados com vencimento em janeiro de 2007 e R$ 675 milhões em papéis de abril de 2006. "A variação entre a [taxa] mínima e a máxima foi muito pequena. Dentro do que era o mercado, o resultado foi bom, não foi ruim", afirmou ele.
Na avaliação de Gragnani, no entanto, a demanda boa pelos papéis de prazo mais curto não sinaliza "nada". "A gente está vivendo um momento de um pouco mais de volatilidade. Na semana que vem, vamos conversar de novo com o mercado, fazer uma análise e fazer a oferta."
Para Gragnani, o Tesouro não pretende vender mais do que o mercado está disposto a aceitar e fechará as operações de venda somente quando houver consenso no mercado sobre as taxas. "Quando houver dispersão, não vamos vender. Vamos sempre adotar uma posição conservadora", comentou.
O secretário do Tesouro, Joaquim Levy, apresentou ontem ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva o programa Tesouro Direto, que atingiu R$ 1 bilhão em papéis vendidos diretamente ao investidor. Na explicação, Levy disse ao presidente que o limite mínimo para investimento é de R$ 200, e o máximo, de R$ 400 mil.
Depois de ouvir a apresentação e fazer algumas perguntas, Lula afirmou que o governo precisa lançar uma campanha publicitária para divulgar o produto. "O Palocci [ministro Antonio Palocci, da Fazenda] tem que liberar um pouco de dinheiro para podermos mostrar o programa ao pequeno investidor", disse Lula.
No ano passado, o governo fez uma campanha sobre o Tesouro Direto em jornais, revistas e rádio. "Vamos ver se o Tesouro Direto não vira motivo de orgulho", concluiu Lula.


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