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Folha Invest
Pequeno investidor reduz apetite após baixa na Bolsa
Volume negociado de pessoas físicas na Bovespa diminui 36% de maio a julho
Investidores relatam o
que aprenderam sobre o momento certo de deixar a aplicação; muitos decidem estudar para investir melhor
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
O fisioterapeuta Thiago Lara,
27, vendeu no início do ano um
apartamento de R$ 75 mil que
rendia um aluguel de R$ 400
mensais -menos do que a poupança- para aplicar na Bovespa. Cristiano Aparecido Leite,
25, estudante, aplica regularmente em ações com o objetivo
de comprar um apartamento. E
o administrador José Martins,
38, chegou a perder quase um
"pequeno apartamento" após a
crise na Bolsa neste ano.
Em comum, os três viveram
as poucas altas e as muitas baixas do mercado neste ano. Ganharam dinheiro em maio
-época do grau de investimento- e perderam a partir de junho. O saldo final foram prejuízos e a primeira experiência de
mercado em meio a uma crise.
Números da Bovespa mostram que a turbulência abateu
o pequeno investidor, que reduziu seu apetite no mercado.
Desde maio, o volume negociado caiu 36% -passou de uma
média diária de R$ 1,839 bilhão
para R$ 1,174 bilhão em julho.
Decepcionados com a Bolsa?
Nem tanto. Todos eles reduziram o entusiasmo com as ações
e afirmam que teriam adorado
ter saído mais cedo da Bolsa.
Mesmo assim, foram fazer cursos e estudar técnicas para recuperar as perdas e conseguir, a
longo prazo, um retorno acima
do de outras aplicações.
"Quando sobe, tudo bem.
Mas, quando dá aquela despencada, a gente fica de cabelo em
pé. Fica pensando: se eu tivesse
saído nesse momento e voltado
depois... Olhando o passado, é
fácil falar", disse José Martins.
O fisioterapeuta Thiago Lara
estreou em fevereiro na Bolsa,
antes do pico de alta do mercado. Vendeu um apartamento de
R$ 75 mil em Mogi das Cruzes,
juntou outras economias e decidiu colocar R$ 30 mil em
ações e R$ 50 mil em CDB.
Conforme a Bolsa subia, foi aumentando sua exposição. Na alta, chegou a ganhar mais de
20% na Bolsa e somar quase R$
100 mil. Agora, ainda tem R$ 85
mil. "Ganhei e fiquei superempolgado. Agora que conheço
um pouco melhor o mercado, vi
que dei muita sorte. O dinheiro
que usei não é do que necessito.
A minha estratégia é deixar a
longo prazo. Ainda é melhor do
que o aluguel. Tem mês que ganha e mês que perde."
Já Martins afirma que aprendeu que deve determinar o
quanto suporta perder -e também ganhar. "A gente acaba
postergando a saída para esperar que melhore. A falta de disciplina para sair faz perder
mais. Tem que definir um limite de perdas e de ganho. Se atingiu um ponto que é bom, vende
e sai fora. Depois começa de novo, em busca de oportunidade."
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