|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ação que caiu pode ter dividendo maior
Papéis que mais perderam no Ibovespa tendem a oferecer retorno maior em dividendos, aponta estudo da Economática
Projeção leva em conta que empresas mantenham
a mesma política para a distribuição de dividendos
e os lucros no semestre
MARIA CRISTINA FRIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
Quem comprou, na semana
passada, as ações do Ibovespa
que mais caíram nos últimos 12
meses poderá ter um retorno
em dividendos maior do que o
investidor que as adquiriu há
um ano, se as empresas mantiverem os lucros e a mesma política para pagar dividendos.
Para Einar Rivero, da consultoria Economática, que elaborou, a pedido da Folha, um estudo que relaciona queda de
ações e pagamento de dividendos, há boas chances de que as
companhias correspondam às
projeções de retorno superior
em dividendos.
"Os lucros tiveram um crescimento [em boa parte dos setores] no primeiro semestre
em relação ao mesmo semestre
de 2007. Se a política de distribuição de dividendos se repetir, o investidor que comprou a
ação na quinta passada, e espera receber o mesmo volume de
dividendos dos últimos 12 meses, vai ter ganho", diz Rivero.
A pesquisa da Economática
inclui apenas as 66 ações que
compõem o índice da Bovespa.
O retorno do investimento
em forma de dividendos e juros
sobre capital próprio é conhecido no mercado pela expressão em inglês "dividend yield".
O preço da ação interfere no
"dividend yield", que é a razão
do total de dividendos e juros
sobre capital próprio pagos pelo preço da ação, no último dia
21. Quanto menor o valor do
papel, maior o "dividend yield".
É o caso da projeção de dividendos da Gol, ação que mais
caiu nos últimos 12 meses.
Quem comprou ações da
companhia em 21 de agosto de
2007 recebeu 2,13% na forma
de dividendos, segundo a Economática. Se a empresa mantiver a atual política de pagamentos, o investidor que as adquiriu em 21 de agosto passado
deverá obter 6,78%.
A mediana dos "dividend
yields" das companhias do Ibovespa mostra que há projeção
de alta de 3,58% para 3,83%.
Entre as melhores pagadoras
de dividendos, porém, estão
empresas que se valorizaram,
apesar do cenário de queda da
Bolsa neste ano.
Empresas de energia elétrica, seguidas por algumas de telecomunicações, destacam-se
na distribuição de dividendos:
a Eletropaulo subiu 24,37% em
12 meses e tem, segundo o estudo, a maior expectativa de
"dividend yield", de 21,46%;
Light com alta de 2,68%, tem
"dividend yield" projetado em
15,42%; e Transmissão Paulista, que subiu 43,30%, tem expectativa de "dividend yield"
de 13,19%, sempre com a ressalva de que as projeções se
concretizarão se as empresas
mantiverem sua política de distribuição de dividendos.
No período, o Ibovespa acumula alta de 12,28%.
Muitas empresas, porém,
não seguem uma política definida de distribuição.
"Mesmo lá fora há o efeito
clientela: há ações "de viúvas" e
outras que são compradas com
vistas apenas na valorização. A
IBM demorou "séculos" para
pagar um dividendo", diz William Eid Júnior, coordenador
do Centro de Estudos em Finanças da FGV.
Texto Anterior: Corretoras têm redução de até 25% nas ordens Próximo Texto: Empresa deve ter política clara de pagamentos Índice
|