São Paulo, terça-feira, 25 de agosto de 2009

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br

Receita das empresas cai 5% no 1º tri, diz Serasa

O impacto da crise no resultado das empresas no primeiro trimestre deste ano foi menor que o provocado no final do ano passado. Segundo levantamento da Serasa Experian, o faturamento das empresas encolheu 5% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2008. Entre outubro e dezembro do ano passado, a retração foi de 12,8%.
"O primeiro trimestre nunca tem um resultado muito bom, mas dessa vez ele foi muito ruim, por causa da crise", afirma Marcio Torres, gerente de crédito da Serasa.
Segundo ele, a retração na receita das empresas só não foi maior pelos estímulos à economia feitos pelo governo, como a redução do IPI para alguns produtos e a diminuição da taxa básica de juros.
Antes da crise, as empresas brasileiras vinham com ritmo de crescimento forte. De 2000 a 2008, a receita do setor cresceu 47%. Em 2008, mesmo com a retração do último semestre, a receita das empresas cresceu 4,1%, de acordo com a pesquisa da Serasa, que avaliou o balanço de mil empresas.
No primeiro trimestre deste ano, a maior concentração dos negócios das companhias brasileiras no mercado interno garantiu um resultado um pouco melhor dos setores de comércio e serviços em relação ao da indústria, afirma Torres.
Os dados da Serasa apontam uma queda de 9,7% no faturamento da indústria no primeiro trimestre. Comércio e serviços também se retraíram, mas em um patamar menor -1,1% e 2,2%, respectivamente.
No segundo trimestre, a expectativa da Serasa é que as demonstrações financeiras das empresas de comércio e serviços já tragam dados positivos. Para a indústria, a perspectiva ainda é de retração.
"Com o crédito voltando ao nível de oferta de antes da crise e com a inflação sob controle, o poder aquisitivo da população está mantido. Não há como o comércio não ir bem daqui para frente", disse Torres.
Apesar do otimismo, Torres não quis arriscar projeções para o final do ano. "Ainda há incerteza."

VISITA

Adam Szejnfeld, secretário de Estado e vice-ministro de Economia da Polônia, desembarcou no Brasil para participar, nesta semana, de uma missão liderada pelo embaixador da Polônia no Brasil, Jacek Junosza Kisielewski, e pelo conselheiro comercial da embaixada no Brasil, Piotr Maj. A comitiva, que vai passar em São Paulo, Brasília e Paraná, busca cooperações bilaterais, especialmente na área de tecnologia. O momento, segundo Maj, é propício para incrementar as relações comerciais entre os dois países, pois a maioria dos vizinhos europeus foi muito abalada pela crise.

DE FORA
Para evitar maiores problemas a um ano das eleições presidenciais, o governo está discutindo retirar o capítulo sobre royalties do novo modelo regulatório do pré-sal, que será apresentado na segunda. O motivo é que a proposta elimina o pagamento de royalties aos Estados, o que desagrada os governadores. José Sergio Gabrielli (Petrobras) já antecipou a alguns empresários que o tema poderia ficar de fora.

DENTRO
O modelo de partilha e a criação da nova estatal para a exploração do pré-sal serão mantidos na proposta.

ALÔ
José Serra (SP) e Sérgio Cabral (RJ) conversaram por telefone no domingo. O tema foi o pré-sal. Serra quer entender melhor o assunto. Foi Serra que, na constituinte, junto com Francisco Dornelles, introduziu os royalties na Constituição.

CARTEIRA
A Partner Conhecimento promove o C4 - Congresso de Cartões e Crédito ao Consumidor, nesta semana, em São Paulo. Na pauta, o marco regulatório do setor, que está em estudo no governo.

NA TELA
O Uakari Studio criou uma experiência de marca para o lançamento dos home theaters da Samsung. Um software capta o rosto do cliente e o aplica sobre personagens do filme "Transformers".

NA BOMBA
A ANP começou ontem, em Ribeirão Preto, uma campanha para incentivar os postos revendedores a usar o termo "etanol" para identificar o álcool etílico combustível vendido no Brasil. A ANP publicou em abril resolução que autoriza o uso do termo pelos revendedores, para padronizar a nomenclatura brasileira à empregada no mercado internacional para designar os biocombustíveis.

ALONGAMENTO
Edgard Corona, criador da rede de academias Bio Ritmo, desenvolveu uma nova rede, a Smart Fit, que inaugura hoje sua primeira unidade, em SP. O público-alvo são pessoas que não têm hábito de passar muitas horas em academias. Haverá unidades também em Brasília, Porto Alegre e Rio. Corona pretende chegar a 50 unidades próprias e cem franquias até 2014. Os investimentos são de R$ 300 milhões.

ORIGAMI
A Cushman & Wakefield, de serviços imobiliários, comprou o Pacific Investment Group, braço do fundo japonês Pacific Holdings que cuida de gestão imobiliária. O grupo é uma das maiores empresas de gestão de ativos em Tóquio, com um portfólio de US$ 2 bilhões.

"MADE IN BRAZIL"
A Sony produzirá um Blu-Ray Player na fábrica de Manaus. A produção do aparelho no Brasil trará ao consumidor um preço 35% menor do que se fosse importado.

BIBLIOTECA
Raul Rosenthal, que já comandou empresas como American Express, Unibanco, Bozzano Simonsen e outras, vai lançar, no dia 8 de outubro, em São Paulo, o livro "Sonhar Acordado" (editora Saraiva). No livro, Rosenthal, que também já deu aulas na USP e na Fundação Getulio Vargas, relata a sua experiência de vida e dá dicas para jovens que estão ingressando no mercado de trabalho.


com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI


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