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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br
Receita das empresas cai 5% no 1º tri, diz Serasa
O impacto da crise no resultado das empresas no primeiro
trimestre deste ano foi menor
que o provocado no final do ano
passado. Segundo levantamento da Serasa Experian, o faturamento das empresas encolheu
5% no primeiro trimestre deste
ano em relação ao mesmo período de 2008. Entre outubro e
dezembro do ano passado, a retração foi de 12,8%.
"O primeiro trimestre nunca
tem um resultado muito bom,
mas dessa vez ele foi muito
ruim, por causa da crise", afirma Marcio Torres, gerente de
crédito da Serasa.
Segundo ele, a retração na receita das empresas só não foi
maior pelos estímulos à economia feitos pelo governo, como a
redução do IPI para alguns produtos e a diminuição da taxa
básica de juros.
Antes da crise, as empresas
brasileiras vinham com ritmo
de crescimento forte. De 2000
a 2008, a receita do setor cresceu 47%. Em 2008, mesmo
com a retração do último semestre, a receita das empresas
cresceu 4,1%, de acordo com a
pesquisa da Serasa, que avaliou
o balanço de mil empresas.
No primeiro trimestre deste
ano, a maior concentração dos
negócios das companhias brasileiras no mercado interno garantiu um resultado um pouco
melhor dos setores de comércio e serviços em relação ao da
indústria, afirma Torres.
Os dados da Serasa apontam
uma queda de 9,7% no faturamento da indústria no primeiro
trimestre. Comércio e serviços
também se retraíram, mas em
um patamar menor -1,1% e
2,2%, respectivamente.
No segundo trimestre, a expectativa da Serasa é que as demonstrações financeiras das
empresas de comércio e serviços já tragam dados positivos.
Para a indústria, a perspectiva
ainda é de retração.
"Com o crédito voltando ao
nível de oferta de antes da crise
e com a inflação sob controle, o
poder aquisitivo da população
está mantido. Não há como o
comércio não ir bem daqui para
frente", disse Torres.
Apesar do otimismo, Torres
não quis arriscar projeções para o final do ano. "Ainda há incerteza."
VISITA
Adam Szejnfeld, secretário de Estado e vice-ministro de
Economia da Polônia, desembarcou no Brasil para participar, nesta semana, de uma missão liderada pelo embaixador
da Polônia no Brasil, Jacek Junosza Kisielewski, e pelo conselheiro comercial da embaixada no Brasil, Piotr Maj. A comitiva, que vai passar em São Paulo, Brasília e Paraná, busca
cooperações bilaterais, especialmente na área de tecnologia.
O momento, segundo Maj, é propício para incrementar as
relações comerciais entre os dois países, pois a maioria dos
vizinhos europeus foi muito abalada pela crise.
DE FORA
Para evitar maiores problemas a um ano das eleições
presidenciais, o governo está
discutindo retirar o capítulo
sobre royalties do novo modelo regulatório do pré-sal,
que será apresentado na segunda. O motivo é que a proposta elimina o pagamento
de royalties aos Estados, o
que desagrada os governadores. José Sergio Gabrielli
(Petrobras) já antecipou a alguns empresários que o tema poderia ficar de fora.
DENTRO
O modelo de partilha e a
criação da nova estatal para a
exploração do pré-sal serão
mantidos na proposta.
ALÔ
José Serra (SP) e Sérgio
Cabral (RJ) conversaram
por telefone no domingo. O
tema foi o pré-sal. Serra quer
entender melhor o assunto.
Foi Serra que, na constituinte, junto com Francisco Dornelles, introduziu os royalties na Constituição.
CARTEIRA
A Partner Conhecimento
promove o C4 - Congresso
de Cartões e Crédito ao Consumidor, nesta semana, em
São Paulo. Na pauta, o marco
regulatório do setor, que está
em estudo no governo.
NA TELA
O Uakari Studio criou uma
experiência de marca para o
lançamento dos home theaters da Samsung. Um software capta o rosto do cliente
e o aplica sobre personagens
do filme "Transformers".
NA BOMBA
A ANP começou ontem,
em Ribeirão Preto, uma
campanha para incentivar os
postos revendedores a usar o
termo "etanol" para identificar o álcool etílico combustível vendido no Brasil. A ANP
publicou em abril resolução
que autoriza o uso do termo
pelos revendedores, para padronizar a nomenclatura
brasileira à empregada no
mercado internacional para
designar os biocombustíveis.
ALONGAMENTO
Edgard Corona, criador da
rede de academias Bio Ritmo, desenvolveu uma nova
rede, a Smart Fit, que inaugura hoje sua primeira unidade, em SP. O público-alvo
são pessoas que não têm hábito de passar muitas horas
em academias. Haverá unidades também em Brasília,
Porto Alegre e Rio. Corona
pretende chegar a 50 unidades próprias e cem franquias
até 2014. Os investimentos
são de R$ 300 milhões.
ORIGAMI
A Cushman & Wakefield,
de serviços imobiliários,
comprou o Pacific Investment Group, braço do fundo
japonês Pacific Holdings que
cuida de gestão imobiliária.
O grupo é uma das maiores
empresas de gestão de ativos
em Tóquio, com um portfólio de US$ 2 bilhões.
"MADE IN BRAZIL"
A Sony produzirá um Blu-Ray Player na fábrica de Manaus. A produção do aparelho no Brasil trará ao consumidor um preço 35% menor
do que se fosse importado.
BIBLIOTECA
Raul Rosenthal, que já comandou empresas como
American Express, Unibanco, Bozzano Simonsen e outras, vai lançar, no dia 8 de
outubro, em São Paulo, o livro "Sonhar Acordado" (editora Saraiva). No livro, Rosenthal, que também já deu
aulas na USP e na Fundação
Getulio Vargas, relata a sua
experiência de vida e dá dicas para jovens que estão ingressando no mercado de
trabalho.
com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI
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