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Computadores podem ficar mais caros a partir do ano que vem
Corte do PIS/Cofins, que barateou os produtos em até 10%, tem prazo para acabar no final deste ano
PAULO DE ARAUJO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Depois de prorrogar o corte
do IPI sobre carros, eletrodomésticos e materiais de construção, o governo tem agora na
mesa o pedido da indústria de
eletroeletrônicos para estender a renúncia fiscal sobre os
computadores.
Segundo o diretor da área de
informática da Abinee (Associação Brasileira da Indústria
Elétrica e Eletrônica), Antônio
Hugo Valério, a isenção do
PIS/Cofins sobre computadores de até R$ 4.000, introduzida em 2005 com a chamada Lei
do Bem, termina no final deste
ano. Com o benefício, diz ele,
esses produtos ficaram até 10%
mais baratos, o que impulsionou as vendas no país.
Com o retorno da alíquota do
PIS/Cofins, a Abinee prevê um
"tombo" no ano que vem, por
conta do encarecimento dos
computadores. De acordo com
Valério, em 2004, a indústria
produziu 4 milhões de unidades. Em 2008, foram 12 milhões, uma alta de 200%.
"Se o benefício não for prorrogado, vamos regredir muito.
A indústria vai voltar no patamar anterior", disse ele.
O diretor da Abinee não soube precisar o volume de arrecadação que o governo abriu mão
com a Lei do Bem. "Mas, certamente, o governo acabou ganhando mais do que perdendo,
mesmo porque a informalidade
na indústria diminuiu muito,
de 73% em 2004 para 35% no
ano passado. E com isso foi possível arrecadar mais"
Procurado, o Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior)
não retornou.
Valério disse que a Abinee já
iniciou as tratativas com o governo, mas a resposta tem sido
"morosa" até agora.
Indústria
O faturamento da indústria
de informática caiu 7% no primeiro semestre ante igual período de 2008. A queda é menor
do que a registrada no setor eletroeletrônico como um todo
(-13%). Segundo o presidente
da Abinee, Humberto Barbato,
para o fechamento do ano, a receita do setor deve cair entre
2% e 5%. "A percepção é de que
os números não serão bons."
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