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TRABALHO
Jaques Wagner demonstra otimismo com renda mais alta em relação a julho; OIT fala em problema crônico
Ministro diz que só crescimento resolve desemprego de vez
LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
O ministro Jaques Wagner (Trabalho) disse ontem em Salvador
que somente o crescimento do
país poderá resolver o problema
do desemprego.
"Enquanto o Brasil não retomar
o crescimento, não haverá solução definitiva para o desemprego", afirmou o ministro, antes de
analisar a pesquisa divulgada pelo
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que apontou
um patamar recorde de 13% de
desemprego no mês passado.
Em julho, a taxa havia registrado queda, de 13% para 12,8%.
Apesar do aumento no índice de
desemprego, o ministro demonstrou otimismo em relação ao crescimento da renda do trabalhador,
outro dado constatado pela pesquisa. "Agora, preciso analisar
melhor os números antes de fazer
outras declarações", acrescentou
Wagner.
Pela manhã, o ministro participou de três reuniões preparatórias à realização da 13ª Conferência Interamericana de Ministros
do Trabalho, que seria aberta ontem à noite, na capital baiana.
O ex-presidente da Colômbia e
secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos),
César Gaviria, defendeu ontem a
criação de um fundo para bancar
a realização de cursos profissionalizantes em todos os 34 países
do órgão -Cuba está afastada da
OEA desde 1962.
"Não podemos mais trabalhar
com o pacto social estabelecido
na década de 40. É preciso que os
governos de todos os países, principalmente os mais ricos, como
Estados Unidos e Canadá, transfiram recursos para que sejam aplicados em cursos de capacitação",
afirmou Gaviria.
Na América Latina
Segundo a OIT (Organização
Internacional do trabalho), o índice de desemprego na América
Latina é de 11% (dados de agosto
último). No mesmo período de
2002, a taxa era de 11,3%.
"Os números demonstram que
a redução foi insignificante e que
existe desemprego crônico na região", disse o diretor-geral da
OIT, Juan Somavia.
O Panorama Social 2002-03 da
Cepal (Comissão Econômica para
a América Latina) indicou que a
região tem cerca de 220 milhões
de pobres, dos quais 95 milhões
são indigentes. De acordo com a
Cepal, "o processo de superação
da pobreza na América Latina estancou nos últimos cinco anos".
O diretor-geral da OIT pediu
aos governantes da América Latina que assumam um compromisso público para mudar o enfoque
das políticas econômicas.
"Quase todas as políticas econômicas adotadas na América Latina estão centradas no financeiro.
Nós precisamos gerar trabalho e
superar a pobreza implica entrar
em um novo ciclo de oportunidades", afirmou.
Muito tempo
Segundo Somavia, o trabalho
para reduzir o desemprego na região é muito longo.
"Ninguém pode impor, por
meio de uma legislação, que haja
trabalho e que desapareça a pobreza. Os governantes, empregadores e trabalhadores precisam
lançar iniciativas conjuntas contra a pobreza. Não há substituto
para o diálogo legal", disse.
Em seu discurso na abertura da
conferência, César Gaviria disse
que a eleição do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva foi fundamental "para o fortalecimento das
dimensões trabalhistas na América Latina". "O presidente Lula será fundamental para dar mais justiça social à região", disse o ex-presidente colombiano.
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